Pelo menos 20 civis mortos no Iémen em ataque aéreo
Pelo menos 20 civis foram hoje mortos no sudoeste do Iémen num 'raide' aéreo atribuído à coligação liderada pela Arábia Saudita e que confirma uma vez mais os pesados "efeitos colaterais" de um conflito que ameaça eternizar-se.
© Reuters
Mundo Coligação
Os combatentes 'huthi', aliados do antigo Presidente Ali Abdallah Saleh, referiram que pelo menos 23 civis, incluindo mulheres e crianças, foram mortos perto de Taez, uma importante cidade do sudoeste deste país da região do Golfo, e atribuíram o ataque à coligação árabe liderada pelos sauditas.
Uma fonte militar pró-governamental também confirmou o ataque aéreo mas referiu-se a 20 mortos, afirmando que se registou "um erro".
A agência noticiosa Saba, controlada pelos rebeldes 'huthi' pró-iranianos, indicou que o 'raide' atingiu um veículo pesado que transportava civis na região de Mawzaa, 60 quilómetros a sudoeste de Taez.
Segundo a agência, seis crianças incluem-se entre as vítimas, enquanto diversos corpos carbonizados não puderam ser identificados.
O ataque ocorreu num setor controlado pela rebelião, afirmou a fonte pró-governamental. Os seus ocupantes regressavam a Mawzaa após se terem deslocado ao mercado na localidade próxima de Barah.
A coligação militar sob comando saudita que intervém no Iémen em apoio ao governo do Presidente Abdrabuh Mansur Hadi não reagiu no imediato às acusações dos rebeldes.
O conflito no Iémen registou um súbito agravamento em março de 2015 na sequência da intervenção de uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita, em apoio ao Presidente Hadi e com o objetivo de contrariar o avanço 'huthi'.
Aliados do ex-Presidente Ali Abdallah Saleh, os combatentes 'huthi' assumiram o controlo de vastas regiões do país, incluindo a capital Sanaa.
O 'raide' ocorreu a apenas alguns dias da primeira visita, prevista para sábado e domingo, do Presidente dos EUA Donald Trump à Arábia Saudita, um decisivo aliado de Washington na região e com numeroso e sofisticado equipamento militar norte-americano.
A coligação árabe tem sido acusada por diversas vezes de atingir alvos civis nas suas incursões aéreas no Iémen e já reconheceu alguns erros, como em outubro de 2016 quando os seus aviões bombardearam uma cerimónia fúnebre em Sanaa, provocando 140 mortos.
Segundo as Nações Unidas, os civis constituem a maioria dos cerca de 8.000 mortos e 45.000 feridos do conflito desde março de 2015.
Os efeitos indiretos da guerra sobre os civis são muito pesados, com a ONU a referir-se a 19 milhões de pessoas, 60% da população, em situação de penúria alimentar.
A ONU tenta relançar as conversações de paz, mas sem uma perspetiva rápida de acordo entre as partes em conflito. Desde o início do conflito que as sete tréguas negociadas sob mediação da organização mundial foram quase de imediato desrespeitadas.
O país árabe também regista atualmente uma epidemia de cólera que provocou 200 mortos nas últimas três semanas.
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