Confrontos entre polícia e manifestantes em protesto contra Temer
Confrontos entre a polícia e participantes numa manifestação estão a marcar um protesto nas ruas de Brasília contra o Presidente Michel Temer.
© Lusa
Mundo Brasília
O protesto começou pacífico, mas degenerou em violência quando os manifestantes se aproximaram do edifício do Congresso e a polícia tentou conter o avanço disparando balas de borracha e granadas de gás lacrimogéneo.
Polícias a cavalo tentaram também impedir a marcha dos manifestantes, que responderam arremessando pedras e incendiando caixotes do lixo.
Os organizadores do protesto, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), reivindicam que a presença de pelo menos 150 mil pessoas.
A manifestação visava inicialmente protestar contra reformas liberais promovidas pelo Governo, mas nos últimos dias o pretexto passou também a ser a destituição de Michel Temer e a realização de eleições diretas no país.
O chefe de Estado brasileiro, que já enfrentava uma taxa baixíssima popularidade, com aprovação de apenas 9% da população segundo o instituto de pesquisa Datafolha, viu a sua situação política complicar-se após a revelação do seu suposto envolvimento num esquema de corrupção envolvendo a produtora de proteína animal JBS.
A suspeitas de corrupção investigadas pela operação judicial Lava Jato estenderam-se no dia 18 de maio ao Presidente brasileiro, Michel Temer, com a abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em causa está uma gravação de uma conversa entre o empresário Joesley Batista, da empresa JBS, e Temer sobre o alegado pagamento de uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha, que presidiu ao Congresso (parlamento) e principal aliado de Temer no afastamento de Dilma Rousseff da Presidência.
Nessa conversa, segundo os áudios divulgados, o Presidente terá recomendado ao empresário "manter" o pagamento de uma verba regular àquele dirigente do seu partido, que está acusado de vários crimes de corrupção.
Temer sucedeu há um ano a Dilma Rousseff, de quem era vice-Presidente, mas, desde então, vários aliados têm sido atingidos pela operação judicial, por suspeitas de corrupção e de receberem pagamentos ilegais.
A degradação da situação política no país tem levado muitos dirigentes a exigirem eleições presidenciais (diretas ou via parlamento), já que Temer não tem um vice-Presidente que o substitua no caso de abertura de um 'impeachment', um processo de afastamento judicial do cargo.
Após a divulgação do áudio, Michel Temer recusou, em mais do que uma declaração ao país, apresentar a demissão e já pediu a suspensão da investigação até que seja verificada a autenticidade da gravação.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com