Iraque quer compensações após morte de civis em ataque aéreo dos EUA
O Iraque está a pedir compensações da coligação internacional anti-jihadista, liderada pelos Estados Unidos, depois de uma investigação que reconheceu a morte de mais de 100 civis num ataque aéreo na cidade iraquiana de Mossul (norte).
© Reuters
Mundo Mossul
"Pedimos à comunidade internacional, e especialmente aos Estados Unidos, que compense as vítimas", afirmou Nuraddin Qablan, vice-presidente do conselho da província de Nineveh (norte do Iraque).
Na quinta-feira, o Departamento de Defesa norte-americano (Pentágono) reconheceu que pelo menos 105 civis foram mortos em março último durante um bombardeamento norte-americano em Mossul, a segunda cidade do Iraque e o último bastião do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) no país.
Segundo o representante iraquiano, citado pela agência norte-americana Associated Press (AP), os Estados Unidos deveriam reconstruir casas para todas as vítimas afetadas pelo ataque.
"Para que os danos psicológicos sejam atenuados", acrescentou Nuraddin Qablan.
O relatório do inquérito do exército norte-americano sobre o bombardeamento que ocorreu em 17 de março atribuiu a principal responsabilidade das mortes dos civis ao EI.
O mesmo documento referiu que o grupo extremista teria colocado uma grande quantidade de explosivos num edifício visado pelo ataque aéreo.
No total, 101 civis estavam no interior desse edifício, e quatro nas imediações.
Vários residentes da zona de Mossul que foi visada pelo ataque aéreo afirmaram hoje em declarações à AP que não existiam combatentes extremistas nem explosivos dentro do edifício atingido pelo bombardeamento norte-americano.
Na terça-feira, e sobre outra área de atuação da coligação internacional, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) divulgou que os ataques aéreos realizados pela coligação internacional dirigida por Washington na Síria entre 23 de abril e 23 de maio foram os mais mortíferos para os civis num período de um mês.
"Entre 23 de abril e 23 de maio, os ataques aéreos da coligação causaram a morte de 225 civis, entre os quais 44 crianças e 36 mulheres, o balanço mais pesado de vítimas civis desde o início da sua intervenção na Síria a 23 de setembro de 2014", indicou nessa altura a organização, com sede em Londres.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com