No seu blogue, o Grupo de Ação de Grenfell, que vela pelos edifícios habitacionais e estruturas públicas de Kensington e Chelsea, afirmou que as suas advertências "não foram ouvidas".
"Os leitores regulares do blogue saberão que nos últimos anos temos feito numerosas advertências sobre os baixos níveis de segurança contra incêndios na Torre Grenfell e, em geral, em todo o bairro", referiu numa mensagem a organização.
"Nós previmos que uma catástrofe como esta era inevitável e era só uma questão de tempo", disse.
A organização incluiu vários 'links' de textos em que alertava para o risco de incêndio, enviados tanto para a autarquia, que é proprietária deste bloco com habitações sociais, como para os administradores da propriedade, a organização de gestão dos residentes de Kensington e Chelsea.
O Grupo de Ação de Grenfell, fundado em 2010 para proteger a vizinhança contra a especulação imobiliária, diz no seu blogue que durante anos denunciou "o maltrato recebido pela comunidade" por parte da autarquia e dos administradores da propriedade.
O bloco afetado está situado ao norte de Kensington, numa zona com muitas habitações sociais.
Pelo menos 50 pessoas foram hoje transportadas para cinco hospitais em Londres na sequência de ferimentos sofridos no incêndio num edifício residencial de 27 andares na capital britânica, informou o Serviço de Ambulâncias.
O fogo de enormes dimensões, que deflagrou à 01:15 (mesma hora em Lisboa) na torre Grenfell, numa zona próxima de Notting Hill, e cuja origem ainda é desconhecida, também causou "muitos mortos", segundo o chefe do Serviço de Bombeiros, Dany Cotton, citado pela agência espanhola Efe.
Cerca de 200 bombeiros e 45 camiões autotanques estão a combater as chamas no edifício, em que presumivelmente estavam centenas de pessoas no momento em que o fogo deflagrou. Pelo menos vinte ambulâncias foram enviadas para as imediações do edifício, que foi isolado por agentes com receio que possa colapsar.
O edifício tem 120 habitações onde se estima que morem cerca de 500 pessoas, muitas delas jovens famílias.
Duas crianças portuguesas estão em observação médica, mas fora de perigo, na sequência do incêndio, enquanto os pais foram assistidos, mas estão bem, segundo disse à Lusa fonte da Secretaria de Estado das Comunidades.
Um total de 10 portugueses residiam no prédio em Londres, e todos estão bem à exceção das duas crianças.