Primeiro-ministro indiano condena linchamentos de muçulmanos no país
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, condenou hoje, depois de vários meses em silêncio, os linchamentos de muçulmanos que estão a ocorrer no país, cometidos alegadamente para a proteção das vacas, um animal sagrado na Índia.
© Reuters
Mundo Narendra Modi
Muito rápido a comentar ou reagir no Twitter sobre os temas da atualidade, Narendra Modi não fazia declarações desde 2016 sobre as mortes cometidas por milícias autoproclamadas protetoras das vacas, animais considerados sagrados pelo hinduísmo.
"Matar pessoas em nome do culto da vaca não é aceitável", declarou o dirigente nacionalista hindu durante um discurso em Ahmedabad, em Gujarat, estado no oeste da Índia, de onde Modi é originário e que dirigiu por muito tempo.
O país, com 1,25 mil milhões de habitantes, há cerca de dois anos vive um ritmo de linchamentos regulares de muçulmanos e, às vezes, membros da comunidade dalit -- antigamente chamados de "intocáveis".
Pelo menos 10 muçulmanos foram linchados ou mortos em público desde abril na Índia.
Os críticos de Modi acusam-no, no melhor dos casos, de fechar os olhos sobre esta situação. Estes críticos acreditam que esta violência é uma maneira da maioria hindu impor a sua lei às minorias no país.
"Ninguém tem o direito de fazer justiça com as suas próprias mãos neste país. A violência não é e jamais será um meio de resolver qualquer problema", disse Modi.
Esta declaração foi feita poucos dias depois da morte de outro muçulmano, um rapaz de 15 anos, esfaqueado até a morte num comboio em Deli.
Em abril cerca de 200 pessoas atacaram um comboio que transportava vacas leiteiras no Rajastão e mataram um agricultor. No mês seguinte, no leste do país, aldeões espancaram até a morte dois jovens muçulmanos que acusaram de roubar gado.
Em sinal de protesto, manifestações aconteceram em várias cidades do país, na quarta-feira, com o 'slogan' "Não em meu nome", com o objetivo de mobilizar as pessoas contra os linchamentos.
Grupos de direitos humanos têm denunciado uma cultura de "impunidade" em relação aos responsáveis por estes crimes e apelaram ao Governo nacionalista hindu que reprima tais atos de violência.
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