Terroristas da Catalunha estiveram em Paris em meados de agosto
Os homens implicados nos atentados da Catalunha "fizeram uma viagem extremamente rápida a Paris", antes dos ataques, disse hoje o ministro do Interior francês, Gerard Collomb, acrescentado que o assunto está a ser investigado.
© Reuters
Mundo Terrorismo
O ministro do Interior francês, em declarações à cadeia de rádio e televisão BFMTV sublinhou que os serviços secretos franceses não tinham "controlados" os membros da célula da Catalunha.
Na mesma entrevista, Gerard Collomb disse também que a investigação ainda não descobriu os motivos da viagem a Paris que ocorreu uma semana antes dos ataques em Barcelona e Cambrills, na Catalunha e que fizeram 15 mortos, entre os quais duas portuguesas.
"Foi uma viagem extremamente rápida de ida e volta", frisou depois de ter afirmado que os homens se tinham deslocado à capital francesa "em trabalho".
Gerard Collomb confirmou que um radar da polícia de trânsito detetou, por excesso de velocidade, o veículo (Audi) em que viajavam os membros do grupo.
Por outro lado, e de acordo com o jornal Le Parisien, o veículo detetado pelo radar foi o mesmo utilizado no atentado de Cambrils, em que morreu uma pessoa.
O jornal refere que o registo, por excesso de velocidade, data do dia 12 de agosto, em Essone, a sul de Paris, e que quatro pessoas seguiam no interior do veículo.
O jornal cita uma fonte policial que refere ter-se tratado "de uma mera passagem por França".
Outras fontes disseram ao Le Parisien que os homens pernoitaram num hotel da região de Paris, a 11 de agosto.
Collomb, na entrevista à BFMTV, disse que as forças de segurança francesas detetaram o grupo em Paris e que o facto foi "transmitido às autoridades" espanholas.
O ministro francês afirmou que logo após os atentados "os serviços secretos franceses seguem o assunto em estreita colaboração com os serviços espanhóis" e que na segunda-feira manteve um contacto telefónico com o ministro do Interior espanhol, Juan Ignacio Zoido.
Gerard Collomb adiantou que Zoido vai deslocar-se a Paris, na quarta-feira, para a formalização de um "dispositivo de cooperação" na formação de gendarmes franceses e elementos espanhóis da Guardia Civil.
Entretanto, os quatro indivíduos implicados nos atentados de Barcelona e Cambrils prestam hoje declarações ao juiz Fernando Andreu, na Audiência Nacional, em Madrid, que vai formular a acusação e determinar as medidas de coação.
Os suspeitos chegaram às 08:00 (07:00 em Lisboa) à capital espanhola, transportados em carros celulares da Guardia Civil, depois de terem passado a noite no comando policial de Tres Cantos, na Catalunha.
Os quatro suspeitos são membros do mesmo grupo responsável pelos atentados e que era formado, pelo menos, por 12 pessoas, cinco dos quais foram abatidos em Cambrils.
Outros dois morreram na explosão de quarta-feira na vivenda de Alcanar e o último, Younes Abouyaaqoub, foi morto pela polícia na segunda-feira.
Younes Abouyaaqoub, o suposto condutor da furgoneta, utilizada no atropelamento dos peões nas Rambas, encontrava-se em fuga desde quinta-feira.
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