Dois ficaram, um saiu, outro à espera. Quem são os terroristas detidos?
Mohamed Houli Chemlal, Driss Oukabir, Salah El Karib e Mohamed Aallaa, eis os nomes dos quatro suspeitos detidos por ligações aos atentados terroristas na Catalunha.
© Reuters
Mundo Catalunha
Dos 12 elementos que compõem a célula terrorista que levou a cabo os ataques na Catalunha, oito estão mortos e quatro foram detidos. Dois ficaram em prisão preventiva, um ficará detido para mais interrogatórios e um último saiu em liberdade, como deu conta a imprensa espanhola.
Os restantes oito elementos responsáveis pelo duplo ataque, em Barcelona e Cambrils, que roubou 15 vidas, morreram: cinco foram abatidos em Cambrils na noite do ataque, dois morreram numa explosão em Alcanar, na véspera do ataque, o último foi abatido já esta semana pelas autoridades depois de ter estado a monte.
Os quatro suspeitos detidos foram ontem levados a tribunal para ficarem a conhecer as medidas de coação. As acusações incluem crimes de associação terrorista, homicídio e posse de explosivos.
Mohamed Houli Chemlal, de 21 anos, foi o primeiro a falar. Tal como o segundo detido que ficaria em prisão preventiva, nomeou o imã de Ripoll como líder do grupo. Foi Mohamed quem admitiu que o plano inicial passava por atacar “monumentos”, estando a Sagrada Família entre os alvos.
Mohamed apresentou-se perante o juiz com ferimentos causados pela explosão em Alcanar onde o imã e outro suspeito morreram. Esta explosão, na passada quarta-feira, terá sido o que precipitou o ataque nos moldes em que estes aconteceram, com brutalidade mas também improviso. Mohamed terá sobrevivido por simples acaso: quando a explosão se deu estava no alpendre. O juiz aplicou-lhe a medida de coação mais gravosa: prisão preventiva.
O outro elemento que ficou em prisão preventiva e sem direito a fiança é Driss Oukabir, homem de 28 anos originário de Marselha, França. Quando foi detido pelas autoridades, Driss Oukabir argumentou num primeiro momento que tinha sido o irmão (um dos terroristas abatidos em Cambrils) quem lhe tinha roubado os documentos para alugar uma das carrinhas que seria depois usada pelo grupo.
Ontem já admitia ter sido ele próprio a alugar a carrinha, mas tentou defender-se dizendo que era para uma mudança. Para o juiz, não há grandes dúvidas de que em Alcanar estavam a ser confecionados explosivos para “uma ação terrorista de grande envergadura”. E há também “indícios fundados e racionais” que ligam Driss Oukabir e Mohamed Houli Chemlal aos planos dos jihadistas.
Salah El Karib, de 34 anos, dono de um pequeno estabelecimento comercial em Ripoll onde é possível fazer chamadas internacionais, ficará, por enquanto, nos calabouços.
Salah, que diz ter-se afastado da célula, garante que só servia de intermediário na compra de bilhetes para ficar com uma comissão, escreve o El Pais. Entre os bilhetes que terá adquirido incluem-se passagens para Marrocos em nome de Driss Oukabir (um dos que ficou em preventiva) e do imã de Ripoll.
Sobre Salah ainda não há decisão: o juiz decretou que ficaria detido até 72 horas, tempo necessário para que seja interrogado. Só então se saberá se há suspeitas fundadas para ficar detido ou se sai em liberdade, à imagem do que aconteceu com Mohamed Aallaa.
O juiz decretou que Mohamed Aallaa fica em liberdade sob condição de entregar o passaporte e de se apresentar semanalmente às autoridades. Não havia, justificou o juiz, indícios “suficientemente” fortes para o manter detido.
Aallaa é o dono do Audi A3 que foi intercetado no passeio marítimo de Cambrils, em Tarragona. Segundo o próprio, o veículo estava em seu nome por uma questão de seguros. Na verdade, o carro que conduz é um Seat Ibiza.
O condutor do Audi A3 usado em Tarragona será do seu irmão, que se encontra desaparecido há vários dias. As autoridades suspeitam, adianta o mesmo El Pais, que o irmão de Aallaa seria a outra pessoa a morrer na explosão de Alcanar, juntamente com o imã de Ripoll.
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