Início de perfuração para exploração de petróleo é "uma boa noticia"
O primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, disse hoje ser "uma boa notícia" o anúncio feito na quinta-feira pela petrolífera americana Kosmos Energy sobre a possibilidade de iniciar trabalhos de perfuração em 2019.
© Lusa
Mundo Patrice Trovoada
"É uma boa notícia, mas nada de triunfalismo, nada de precipitação, nada de relaxar e começar a gastar aquilo que nós não temos", disse Patrice Trovoada.
Na quinta-feira, o representante da empresa de petróleos norte-americana Andy Inglis apresentou ao Governo são-tomense a conclusão dos trabalhos das pesquisas sísmicas realizadas por esta empresa nos blocos 5, 6, 11 e 12 da zona económica exclusiva (ZEE) são-tomense.
As pesquisas abrangeram uma área de 16 mil quilómetros, sendo este o maior programa sísmico realizado na África ocidental.
A empresa vai nos próximos dias apurar com exatidão a existência do petróleo comercial, prevendo-se que no primeiro trimestre de 2019 inicie a perfuração.
"Ainda desconhecemos os resultados, necessitamos de nove meses para analisarmos e interpretar os dados sísmicos. Se tivermos sucesso acreditamos que em 2019 podemos avançar para a fase seguinte, que é de perfuração e exploração", disse Andy Inglis aos jornalistas.
"A Kosmos correu esse risco porque acreditou em São Tomé e Príncipe. Nós pensamos que em meados de 2018 os resultados serão processados e haverá a possibilidade de começar a fazer uma perfuração em 2019", acrescentou o chefe do Governo.
A Kosmos, parceira da Galp portuguesa na ZEE de São Tomé e Príncipe, admite haver petróleo.
O primeiro-ministro disse que prefere "não falar muito do petróleo", sublinhando que se pode "sonhar um bocadinho", mas sobretudo "estar acordados, atentos a trabalhar" com aquilo que se tem.
"O facto de a Kosmos e outros parceiros se juntarem para perfurar em 2019 é sinal de que as condições vão permitir arriscar em um furo", referiu Patrice Trovoada, durante a inauguração de obras de abastecimento de energia elétrica na comunidade de Plancas Segundo, a pouco mais de 15 quilómetros a norte de São Tomé.
"Num setor em que cada perfuração se cifra em dezenas milhões de dólares, quer dizer que a Kosmos tem confiança suficiente para correr esse risco", acrescentou.
Apesar da confiança no sucesso da perfuração, Patrice Trovoada lembrou que a "aventura do petróleo" já conta 17 anos, aconselhando, por isso, a olhar também para outros setores.
"Se o petróleo vier será um bónus, mas temos que continuar a trabalhar com aquilo que temos, que é o turismo, a agricultura e, sobretudo, lançar as grandes infraestruturas a nível do porto e do aeroporto, para permitir baixar os preços dos transportes marítimos, aumentar o turismo e lançar a pesca industrial", referiu o primeiro-ministro são-tomense.
O responsável referiu ainda que a credibilidade do país no setor das indústrias ligadas aos hidrocarbonetos "aumentou muito" e que hoje "as grandes empresas já começam a olhar para São Tomé e Príncipe".
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