Iraque diz que suspensão de voos no Curdistão "não é um cerco"
O primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, disse hoje que a suspensão de voos internacionais no Curdistão, que entra hoje em vigor, não visa cercar nem impedir o fornecimento de alimentos ao povo curdo, como acusam responsáveis regionais.
© Reuters
Mundo Haider al-Abadi
"O controlo pelo governo central dos portos e aeroportos na região do Curdistão não é para deixar à fome, cercar ou impedir [a entrega de] abastecimento aos cidadãos da região, como é alegado por alguns responsáveis regionais", lê-se num comunicado divulgado hoje pelo gabinete de Al-Abadi.
Os voos internacionais de e para a região do Curdistão (norte) vão ser suspensos às 18:00 locais (16:00 em Lisboa), uma decisão do governo iraquiano tomada na sequência do referendo sobre a independência da região, realizado na segunda-feira, considerado ilegal por Bagdad.
A diretora do aeroporto internacional de Erbil, Talar Saleh, disse hoje que as autoridades curdas não sabem como cumprir a ordem de Bagdad de entregar o aeroporto às autoridades federais para evitar a suspensão dos voos.
"Não percebemos o que significa. Um aeroporto não é um item que se possa entregar a alguém", disse.
A responsável acrescentou que as autoridades de Bagdad não responderam até ao momento aos pedidos de clarificação e acusou-as de "apenas quererem castigar o seu próprio povo".
A suspensão aplica-se aos aeroportos de Erbil, a capital regional, e Suleimanyiah, segunda maior cidade do Curdistão, e não abrange os voos militares, humanitários e diplomáticos, segundo a informação transmitida por Bagdad, disse ainda a diretora.
Nas horas que antecederam a entrada em vigor da suspensão, centenas de passageiros encheram o aeroporto de Erbil. Funcionários do aeroporto disseram a jornalistas que o volume de passageiros é superior ao normal, apesar de não estarem previstos voos adicionais.
Muitos dos que acorreram ao aeroporto são estrangeiros cujas empresas ordenarem que abandonassem a região.
O referendo sobre a independência, não vinculativo, registou uma participação de 72% dos eleitores, 92% dos quais votaram 'sim' à secessão.
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