Puigdemont vai liderar lista eleitoral "Juntos pela Catalunha"
O presidente exonerado do governo catalão, Carles Puigdemont, refugiado na Bélgica, vai ser o cabeça de lista do seu partido às eleições regionais de 21 de dezembro próximo, ao mesmo tempo que está a lutar contra a sua extradição para Espanha.
© Reuters
Mundo Eleições
Puigdemont confirmou desde Bruxelas à televisão catalã El Punt-Avui TV que está a preparar uma lista de candidatos com o nome "Juntos pela Catalunha" (Junts pel Catalunya) que irá liderar e inclui nomes do seu Partido Democrata Europeu Catalão (PDeCAT) e independentes.
Segundo a imprensa espanhola, o número dois dessa lista será o presidente da Assembleia Nacional Catalã (ANC), Jordi Sánchez, preso desde 16 de outubro por suspeitas de crime de sedição no quadro do processo de independência da Catalunha.
O Conselho Nacional do PDeCAT deu na quarta-feira carta-branca à direção do partido e a Carles Puigdemont para prepararem a lista que considerarem mais adequada para concorrer às eleições regionais, que decorrem daqui a pouco mais de um mês.
O ex-presidente do governo catalão conseguiu assim convencer o seu partido a formar uma lista abrangente, que penetre no eleitorado de outras forças políticas.
"Disse ao PDeCAT que preciso de fazer uma lista que é mais minha do que do partido para que o maior número de pessoas se sintam representadas", disse Puigdemont à El Punt-Avui TV.
A proposta foi feita depois de os partidos independentistas não terem conseguido chegar a acordo sobre a apresentação de uma lista comum, como em 2015.
Nas eleições regionais anteriores, a Convergência Democrática da Catalunha (agora PDeCAT) formou uma coligação com a Esquerda Revolucionária Catalã (ERC) com o nome de "Juntos pelo Sim", com o objetivo de declarar a independência da região.
Na mesma entrevista, Carles Puigdemont disse que pretende apresentar-se no parlamento catalão para tomar posse no caso de ser eleito deputado nas eleições de 21 de dezembro.
O líder separatista considerou que "seria uma anomalia democrática muito grave que deputados não possam tomar posse por estarem privados da liberdade por terem defendido as ideias que os levaram a ser escolhidos para deputados".
Puigdemont afirmou ainda que irá fazer campanha eleitoral a partir de Bruxelas, onde está acompanhado por mais quatro ex-membros do seu governo.
Os cinco vão ser ouvidos na sexta-feira, na capital belga, numa primeira audiência de um processo de extradição pedido pela justiça espanhola que já deteve, como medida cautelar, outros oito ministros regionais acusados pelo Ministério Público de crimes de rebelião, sedição e peculato.
As eleições de 21 de dezembro foram convocadas pelo chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, em 27 de outubro passado, no mesmo dia em que decidiu dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo regional presidido por Carles Puigdemont.
Os partidos separatistas ganharam as eleições regionais em 2015, o que lhes permitiu formar um governo que organizou um referendo de autodeterminação em 01 de outubro último que foi considerado ilegal pelo Estado espanhol.
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