Líder birmanesa diz que imigração ilegal é causa da instabilidade mundial
A líder birmanesa Aung San Suu Kyi afirmou hoje que uma das causas da instabilidade no mundo é a imigração ilegal que espalha o terrorismo, no discurso de abertura do fórum de cooperação Ásia Europa (ASEM), em Naypyidaw.
© Reuters
Mundo Aung San Suu Kyi
Numa altura em que a Birmânia é acusada internacionalmente de expulsar violentamente centenas de milhares de muçulmanos rohingya, Suu Kyi não se referiu diretamente à minoria, mas a intervenção deixa transparecer como muitos birmaneses veem os rohingya, como imigrantes ilegais que acusam de atos terroristas.
Suu Kyi afirmou que os conflitos no mundo deram origem a novas ameaças e emergências, sublinhando como a imigração ilegal espalhou o "terrorismo e o extremismo violento, a desarmonia social e até a ameaça da guerra nuclear".
O êxodo dos rohingya deverá ser um dos temas da 13.ª conferência ministerial do Fórum de Cooperação Ásia Europa (ASEM), que termina na terça-feira e onde participam responsáveis de 51 países.
A chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, considerou "muito encorajadoras" as negociações para o regresso de mais de 600 mil refugiados rohingya, que fugiram da violência na Birmânia desde o final de agosto.
"Considero muito encorajante a possibilidade, que penso ser muito real e concreta, de um acordo entre a Birmânia e o Bangladesh sobre o repatriamento dos refugiados, o que seria um importante avanço", declarou à imprensa, antes da abertura da conferência de diálogo entre a Ásia e a Europa.
Esta reunião prévia sobre os rohingya foi organizada a pedido dos europeus.
"Encorajamos o Bangladesh e a Birmânia a trabalhar de forma bilateral sobre o problema, com o apoio da UE e da comunidade internacional", sublinhou.
Desde o final de agosto, mais de 600 mil refugiados rohingya que viviam no estado de Rakhine, no oeste da Birmânia, fugiram para o Bangladesh na sequência de uma campanha de repressão do exército birmanês.
"O fim da violência, o fim do êxodo dos refugiados é essencial", declarou Mogherini.
O regresso destes refugiados domina as negociações iniciadas há várias semanas entre a Birmânia e o Bangladesh, que avançam com grande dificuldade.
O chefe do exército birmanês, acusado pela ONU de "limpeza étnica", considerou recentemente impossível o regresso em massa destes refugiados, tal como propõe o Bangladesh.
Os refugiados no Bangladesh testemunharam agressões, violações e homicídios pelos soldados birmaneses.
Várias organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos pediram a imposição de novas sanções contra a Birmânia, isolada na cena internacional durante os anos em que a junta militar esteve no poder.
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