Os militares disseram, num comunicado colocado na página do Facebook do chefe militar local citado pela AFP, que os ataques foram feitos pelo exército de salvação rebelde rohingya de Arakan (ARSA), o grupo acusado de ter atacado vários postos da polícia em agosto e que desencadeou a repressão que matou milhares destes muçulmanos e desalojou mais de 650 mil pessoas.
Em situações semelhantes no passado, os militares retaliaram contra as localidades dominadas pelos Rohingya, o que pode indicar uma nova escalada na violência que tem assolado Myanmar, um país no sudeste asiático composto de mais de 100 grupos étnicos e que faz fronteira com a Índia, Bangladesh, China, Laos e Tailândia.
O atual êxodo de rohingya começou com as operações de represália das forças de segurança birmanesas lançadas após os ataques do ARSA a cerca de trinta postos militares e policiais no estado birmanês de Rakhine.
Os governos de Bangladesh e Birmânia concordaram com um processo de repatriamento para os refugiados rohingyas, o que deverá começar nos próximos meses.
No entanto, inúmeras organizações humanitárias denunciaram repetidamente que ainda não estão reunidas as condições para que os refugiados retornem com segurança à Birmânia, visto que ainda há relatos de ataques.
As Nações Unidas e as organizações de direitos humanos também denunciaram repetidamente que há evidências claras de abusos contra esta minoria muçulmana na Birmânia.
O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Zeid Al-Hussein, descreveu a situação como "limpeza étnica", afirmando que há indícios de "genocídio".