Guerrilha recorda que cessar-fogo com Governo colombiano termina hoje
A guerrilha do ELN, que desde 01 de outubro observa um cessar-fogo com o Governo colombiano, anunciou que considera a trégua como terminada à meia-noite de hoje mas manifestou desejo de prosseguir o diálogo, referiu o seu principal negociador.
© Reuters
Mundo ELN
"Hoje à meia-noite (hora local, 05:00 de quarta-feira em Lisboa), o cessar-fogo chega ao fim, prolongou-se por 101 dias", declarou à agência noticiosa France-Presse (AFP) o comandante Pablo Beltran, que hoje iniciou discussões com o Governo na perspetiva de um prolongamento da trégua.
"Existe um consenso com o Governo para caminhar nesse sentido", acrescentou.
O Exército de Libertação Nacional (ELN), formação guerrilheira inspirada na revolução cubana e com origem numa insurreição camponesa em 1964, assinou pela primeira vez um cessar-fogo bilateral com o Governo de Bogotá, iniciado em 01 de outubro que termina à meia-noite de hoje.
Apesar de as duas partes terem manifestado por diversas vezes a intenção em prolongar a trégua, o acordo foi fragilizado por acusações mútuas de violações.
O ELN guevarista e a única guerrilha ativa na Colômbia declarou numa mensagem de fim de ano que prosseguiria as negociações paz com o Governo e independentemente do prolongamento do cessar-fogo.
No decurso da trégua, que previa o fim dos sequestros dos guerrilheiros e atentados contra infraestruturas petrolíferas, o ELN admitiu a responsabilidade pelo assassinato em novembro de um líder indígena do departamento de Choco (noroeste).
Em paralelo, o grupo guevarista considera como uma violação do cessar-fogo a morte de sete camponeses que no início de outubro protestavam contra a erradicação forçada do cultivo de coca numa zona fronteiriça com o Equador. Segundo a procuradoria colombiana, dois oficiais do exército foram indicados por este incidente sangrento.
Na segunda-feira, a através de um comunicado conjunto, a ONU e a Igreja católica, que participam na verificação do respeito da trégua entre Governo colombiano e a guerrilha do ELN, pediram um "cessar-fogo mais sólido".
As duas instituições "consideram necessário um cessar-fogo mais sólido, no qual as duas partes e a sociedade colombiana possam garantir mais confiança", referiram as duas instituições, apelando ao Governo e guerrilha para "conservarem as conquistas alcançadas".
Em mais de meio século, o conflito armado colombiano, que envolveu guerrilhas, paramilitares de extrema-direita, forças governamentais e traficantes de droga provocou pelo menos 260.000 mortos, mais de 60.000 desaparecidos e 7,4 milhões de deslocados.
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