ELN: Atentados não devem afetar negociações com Governo
A guerrilha colombiana Exército de Libertação Nacional (ELN) defendeu hoje que os novos atentados cometidos "não devem alterar o curso das conversações" de paz com o Governo da Colômbia, após o Presidente mandar a equipa negocial regressar a casa.
© Reuters
Mundo ELN
"Os incidentes hoje ocorridos no leste da Colômbia deram-se no meio da complexa situação de conflito que o país sofre. Mas apesar deles, não deve alterar-se o curso das conversações para alcançar uma saída política para o conflito", sustentou o grupo guerrilheiro em comunicado.
O Governo e o ELN tinham previsto abrir hoje, na capital do Equador, Quito, a quinta ronda de negociações de paz, um dia após o fim do cessar-fogo bilateral que esteve em vigor desde 01 de outubro de 2017.
No entanto, horas depois do fim do cessar-fogo, o ELN perpetrou quatro atentados terroristas contra a infraestrutura petrolífera do centro e leste do país.
"O acordo prevê que neste quinto ciclo de conversações se aborde a avaliação do cessar-fogo recém-terminado para manter as suas conquistas e resolver os problemas que enfrentou", acrescentou o ELN.
A guerrilha considerou que o cessar-fogo, que tinha como propósito "melhorar a situação humanitária da população", foi apenas "medianamente" bem-sucedido, por causa da atitude do Governo, mas indicou que mantinha a sua decisão de "dar continuidade a essa conquista".
"A mesa [de negociações] deu um salto qualitativo ao desenvolver as conversações no contexto de um cessar-fogo, pelo que mantemos a decisão expressa de dar continuidade a essa conquista acordando um novo cessar-fogo bilateral, que supere as dificuldades do anterior", propôs o grupo guerrilheiro.
O Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, pediu hoje ao chefe da delegação do Governo em Quito, o ex-vice-presidente Gustavo Bell, para regressar à Colômbia para "avaliar o futuro do processo" de paz, ao mesmo tempo que condenou os ataques guerrilheiros.
"O Governo nacional esteve sempre disposto a prolongar o cessar-fogo com essa organização e a negociar um novo. Fizemo-lo saber há várias semanas e reiterámo-lo nos últimos dias", disse Santos.
Contudo, "inexplicavelmente, o ELN não só rejeitou [essa proposta], como retomou os seus ataques terroristas esta madrugada, mesmo no dia em que devia iniciar-se o novo ciclo de negociações", observou o chefe de Estado.
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