Turquia adverte cidadãos sobre riscos de viajar para os Estados Unidos
A Turquia advertiu hoje os seus cidadãos sobre os perigos de viajar para os Estados Unidos, em represália por um alerta semelhante emitido por Washington aos cidadãos norte-americanos que se desloquem ao país euro-asiático.
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Mundo Represália
"Os cidadãos turcos, incluindo os que possuam cargos públicos e viagem para os EUA em função oficial, podem estar sujeitos a detenções arbitrárias motivadas por declarações de fontes sem credibilidade", assegurou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco.
Esta advertência surge dois dias após o Departamento de Estado ter alertado os seus cidadãos que pretendam deslocar-se à Turquia, referindo-se à eventualidade de ataques terroristas ou detenções arbitrárias.
O comunicado turco, apesar de não o mencionar, parece referir-se à detenção do banqueiro turco Hakan Atilla, julgado em Nova Iorque por uma suposta operação fraudulenta destinada a evitar as sanções contra o Irão entre 2011 e 2012.
O Governo turco considerou que este julgamento foi feito sob a pressão do predicador turco Fethullah Gülen, até 2013 aliado do executivo de Ancara e desde então um acérrimo inimigo, e que é acusado de ter fomentado o fracassado golpe militar de julho de 2016.
"Nos julgamentos efetuados contra os nossos cidadãos podem ser emitidas decisões judiciais que deem credibilidade a calúnias ou declarações falsas, previamente fabricadas, de testemunhos de membros ou simpatizantes da organização terrorista FETÖ", a designação atribuída pelas autoridades turcas aos apoiantes de Gülen.
A nota recorda ainda o aumento de "ataques terroristas e acontecimentos violentos" nos Estados Unidos.
"Continua a ser provável que o centro das cidades, atividades culturais, estações de metro, edifícios públicos, locais de oração e recintos escolares sejam o objetivo de atos terroristas armados ou com bombas e de ataques com veículos contra multidões", adverte.
O comunicado cita os acontecimentos no Ohio, Fort Lauderdale, Minnesota, Texas, Charlotteville e Nova Iorque para recomendar que aos viajantes turcos que tomem "precauções" quando se deslocaram aos Estados Unidos.
As relações entre a Turquia e os EUA deterioraram-se desde o golpe falhado de julho de 2016, mas recentemente parecia ter sido ultrapassada uma crise diplomática que motivou o fim da emissão de vistos dos EUA na Turquia após a detenção de um funcionário turco da representação diplomática norte-americana.
Desde há 18 meses que a Turquia pede a extradição de Gülen, exilado e residente nos EUA desde 1999, mas a justiça norte-americana tem considerado que a pretensão de Ancara não contém provas suficientes sobre a suposta atividade criminal do predicador.
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