A lista, que este ano não inclui monumentos portugueses, é elaborada desde 2013 por especialistas em história, arqueologia, arquitetura, conservação, analistas de projetos e economistas, num projeto conjunto da Europa Nostra e do Instituto do Banco Europeu de Investimento.

Na lista de "pré-selecionados", este ano, outros monumentos em perigo, além do espanhol, são o Centro Histórico de Gjirokastra (Albânia), as igrejas Pós-Bizantinas em Voskopoja e Vithkuqi (Albânia), o centro histórico de Viena, a planta das minas de carvão em Beringen (Bélgica), o monumento Buzludzha (Bulgária) e a rede de cabo aéreo em Chiatura (Geórgia).

A completar a lista estão os Mosteiros David Gareji e o Hermitage (Geórgia), o castelo de Sammezzano na Toscana (Itália), o Casino Constanta (Roménia), o orfanato grego Prinkipo das Ilhas Príncipes (Turquia) e a Fábrica de gelo de Grimsby (Inglaterra).

As grutas e abrigos de Cádis, um conjunto "excecional" e um dos maiores e mais importantes da Europa, que abarca 20 mil anos, desde o Paleolítico Superior à Idade de Ferro, foi proposto pela Hispania Nostra, como um dos "sete mais ameaçados", após verificar a sua "degradação contínua", sobretudo devido ao uso humano e ao vandalismo, "decorrente do turismo".

O lixo, os riscos, os 'graffitis' e as fogueiras provocaram "danos maiores" do que "os processos naturais ao longo de milhares de anos", acrescentou esta entidade.

As cerca de 300 grutas contêm pinturas e gravuras de animais, seres humanos e símbolos de diferentes estilos, que pertencem na sua maioria à Arte Esquemática da Península Ibérica, e nove dos abrigos e duas cavernas profundas têm pinturas "únicas" de caçadores-recolectores do Paleolítico Superior.

Com esta iniciativa, a Hispania Nostra pretende que seja feito um inventário detalhado e um plano de gestão dos depósitos, que se imponham medidas para limitar e controlar as visitas e se tomem medidas de conservação.

"Esta lista de lugares pré-selecionados é, acima de tudo, um apelo à ação, e pedimos urgentemente aos agentes públicos e privados a nível local, nacional e europeu que unam forças e resgatem monumentos patrimoniais, que representam uma herança compartilhada e que deve ser salva e transmitida às gerações futuras", afirmou Denis de Kergorlay, presidente executivo de Europa Nostra, em comunicado.

Para o presidente do Instituto do Banco Europeu de Investimento, Francisco de Paula Coelho, "salvar estes 12 lugares não só beneficiará cada monumento em si, mas também a investigação, que vai gerar benefícios socioeconómicos a nível local, regional e nacional".

Os carrilhões de Mafra, o Palácio Valflores, em Loures, Convento de Jesus, em Mafra, e o Palácio de Vilar de Perdizes, em Montalegre, figuraram, nos últimos anos, entre os candidatos aos sete monumentos e sítios mais ameaçados, no espaço europeu.

A organização não-governamental Europa Nostra, para a salvaguarda do património, é representada em Portugal pelo Centro Nacional de Cultura.