Erdogan espera que ofensiva contra milícias curdas "acabe em breve"
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou hoje esperar que a Turquia acabe em breve a sua ofensiva contra as unidades de proteção do povo das milícias curdas, em Afrine, no noroeste da Síria.
© Reuters
Mundo Presidente Turquia
Os soldados turcos entraram hoje em Afrine, no noroeste da Síria, no segundo dia de uma vasta ofensiva da Turquia contra uma milícia curda considerada "terrorista" por Ancara, afirmou o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim.
"Se Deus quiser, vamos terminar esta operação em breve", afirmou depois o presidente turco, durante um evento do seu partido, na cidade de Bursa, no noroeste do país, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
"A operação Ramo de Oliveira está a decorrer como planeado, a ofensiva terrestre começou", deu hoje conta o exército turco, em comunicado. A operação militar visa "garantir a estabilidade e a segurança junto da fronteira", sublinha a nota. O objetivo da operação é estabelecer uma "zona de segurança" com 30 quilómetros a partir da fronteira turca.
Na sua intervenção, Erdogan advertiu ainda os curdos na Turquia para que não se juntem nas ruas para protestar contra as operações do exército turco, visando um enclave curdo na Síria, acrescentando que "pagarão um preço alto" aqueles que se manifestarem.
"Esta é uma luta nacional. Iremos esmagar quem se opuser à nossa luta nacional", vincou o presidente da Turquia.
"Digo-vos: tenham cuidado. Se algumas pessoas seguem esse chamamento (para protestar) e cometem o erro de sair às ruas, elas pagarão um preço muito alto", advertiu Erdogan durante o discurso, em Bursa.
Há algumas semanas, Erdogan anunciou uma intervenção militar em Afrine para expulsar as milícias curdas das Unidades de Proteção Popular (YPG ) dos territórios que fazem fronteira com a Turquia.
Ancara considera o YPG e o seu braço político, o PYD, um grupo terrorista devido às ligações com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), o grupo de guerrilheiros curdos na Turquia.
A Turquia há muito que expressou o medo de que o YPG pudesse mudar-se de Manbech para Afrine e assim estabelecer uma linha de território sob o governo curdo, em todo o norte da Síria.
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