Colômbia: Negociações de paz com guerrilha suspensas após ataques
As negociações de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN), a última guerrilha ativa na Colômbia, foram hoje suspensas até nova ordem após ataques contra as forças policiais colombianas, que fizeram sete mortos e dezenas de feridos.
© Reuters
Mundo ELN
O congelamento das negociações de paz, iniciadas em fevereiro do ano passado em Quito (Equador), foi anunciado pelo Presidente colombiano, Juan Manuel Santos.
O ELN está a negociar com o governo colombiano para tentar alcançar um acordo de paz como aquele que foi negociado com a principal guerrilha colombiana, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), em 2016.
"Tomei a decisão de suspender a abertura da quinta ronda de negociações que estava planeada para os próximos dias, pois não vejo coerência por parte do ELN entre as suas palavras e os seus atos", declarou o chefe de Estado colombiano, a partir de La Palma (centro da Colômbia).
Antes desta declaração, Juan Manuel Santos informou que tinha feito um ponto da situação sobre estas negociações de paz durante uma reunião com o chefe da delegação governamental para o processo negocial com o ELN, Gustavo Bell.
Também hoje o ministro da Defesa colombiano, Luis Carlos Villegas, atribuiu três ataques ocorridos durante o fim de semana ao ELN.
As negociações de paz estão paradas desde o passado dia 10 de janeiro depois de outros ataques, também atribuídos ao ELN, contra as forças de segurança colombianas e infraestruturas petrolíferas.
Para os analistas, a dificuldade de negociar com o ELN, que integra cerca de 1.800 combatentes, deriva da própria estrutura federativa da guerrilha, que dá uma autonomia militar às suas diferentes frentes.
Por exemplo, a frente nacional de guerra urbana do ELN reivindicou, no domingo, um ataque contra uma esquadra da polícia, que matou cinco pessoas e feriu outras 41 na cidade portuária de Barranquilla (norte).
Os ataques do ELN coincidiram com um atentado no Equador, também contra uma esquadra de polícia, que fez 28 feridos na fronteira com a Colômbia. As autoridades de Quito atribuíram a ação a dissidentes das FARC.
A quinta ronda negocial deveria ocorrer na capital do Equador.
Em 2016, o governo de Bogotá e as FARC alcançaram um acordo de paz.
Nesse mesmo ano, o Comité norueguês decidiu distinguir Juan Manuel Santos com o Nobel da Paz pelos seus "esforços para pôr fim aos mais de 50 anos de guerra civil no país".
Este conflito armado fez oficialmente 260.000 mortos, quase sete milhões de deslocados e cerca de 45.000 desaparecidos.
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