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"Rajoy mentiu aos espanhóis, por isso peço que se demita"

O líder do PSOE (socialistas, oposição) espanhol, Alfredo Perez Rubalcaba, acusou o chefe do Governo de ter mentido aos espanhóis sobre o "caso Bárcenas" e exigiu novamente a demissão de Mariano Rajoy, citado no escândalo de corrupção.

"Rajoy mentiu aos espanhóis, por isso peço que se demita"
Notícias ao Minuto

11:09 - 01/08/13 por Lusa

Mundo PSOE

Rajoy mentiu aos espanhóis, o que é "prejudicial para Espanha", disse.

"Por isso, peço que se demita", afirmou o chefe do partido socialista, na resposta à intervenção do chefe do Governo conservador.

Rubalcaba deixou claro que o PSOE não renunciou à apresentação de uma moção de censura contra o Governo Rajoy, afirmando que a demissão do primeiro-ministro seria "um ato de generosidade" para o país.

"A verdade desta história é como parece ser", acrescentou Rubalcaba, depois de ouvir as explicações de Rajoy sobre o escândalo do ex-tesoureiro do Partido Popular (PP, governo) Luis Bárcenas, no plenário do parlamento espanhol.

O secretário-geral dos socialistas sublinhou que o PP e Rajoy disseram "mentiras atrás de mentiras", até que Bárcenas "deixou de disfarçar a letra perante os peritos da polícia" e reconheceu ser o autor dos documentos relativos à "contabilidade B" do PP.

"Sabemos, por Bárcenas, que existe uma contabilidade B [do PP] que o próprio fazia", disse Rubalcaba, considerando pouco credível que o antigo tesoureiro do PP invente uma contabilidade falsa 20 anos depois.

O líder dos socialistas criticou Rajoy por só ter ido ao parlamento quando já não tinha outra alternativa e ser obrigado pela situação a dar explicações à oposição e aos cidadãos.

Mariano Rajoy compareceu no parlamento para dar explicações sobre o "caso Bárcenas" e alertou para "os riscos", para a iminente saída da recessão, de uma "gestão imprudente" da situação criada pelo escândalo do ex-tesoureiro do PP, advertindo que a "recuperação da confiança assenta principalmente na garantia de estabilidade".

"Um país com um défice público de 6,5% do PIB e com a necessidade de financiar a dívida pública deve ter um cuidado extremo com os sinais que transmite aos mercados financeiros internacionais", afirmou.

O chefe do Governo garantiu à oposição que conseguir o atual nível de confiança externa "não foi fácil", motivo pelo qual "não deve ser delapidado pela gestão irresponsável de determinadas atuações políticas".

"Convém sabermos o contexto económico para avaliar os riscos que possam derivar de uma gestão imprudente da situação", disse.

"Estamos prestes a sair da recessão (...), "mas poderá acontecer o contrário, se as coisas não forem bem feitas", lembrou.

Mas a recuperação da confiança "assenta principalmente na garantia de estabilidade que oferece um governo que traçou um programa que combina austeridade e reformas, e tem o apoio parlamentar necessário para o aplicar", afirmou Rajoy.

"A economia espanhola ainda não está bem, mas está melhor. Devemos tentar que continue assim", concluiu.

Mariano Rajoy marcou esta sessão parlamentar para se explicar sobre as suspeitas de financiamento ilegal do PP e distribuição de verbas não tributadas a dirigentes partidários, no chamado "caso Bárcenas", e tentar evitar uma moção de censura.

O caso começou a ser divulgado em 2009, na sequência das investigações sobre o alegado financiamento ilegal do PP da Província de Valência, envolve o ex-tesoureiro do partido Luis Bárcenas, em prisão preventiva.

A 15 de julho, Barcenas disse a um juiz ter efetuado pagamentos de verbas aos dirigentes do PP, incluindo Mariano Rajoy, no valor de 25 mil euros anuais.

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