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Martin Schulz deixa presidência do Partido Social-Democrata alemão

O presidente do Partido Social-Democrata (SPD) alemão, Martin Schulz, anunciou hoje que deixará em breve o cargo, algumas horas depois de ter sido divulgado um acordo de coligação com os conservadores de Angela Merkel para um futuro governo.

Martin Schulz deixa presidência do Partido Social-Democrata alemão
Notícias ao Minuto

19:11 - 07/02/18 por Lusa

Mundo SPD

O antigo presidente do Parlamento Europeu, de 62 anos, apontado como o possível novo ministro dos Negócios Estrangeiros do futuro governo de coligação da Alemanha, sustentou, numa conferência de imprensa em Berlim, não estar neste momento em condições de assegurar da melhor forma "o processo de renovação" do partido.

Andrea Nahles, de 47 anos, líder do grupo parlamentar do partido desde setembro de 2017 e conotada com a ala esquerda do SPD, é apontada como a sucessora de Martin Schulz.

Antiga ministra do Trabalho, que rejeitou participar na nova grande coligação, será a primeira mulher a liderar o partido mais antigo da Alemanha.

"O partido deve rejuvenescer-se e tornar-se mais feminino. Após 150 anos, o partido é entregue finalmente a uma mulher", declarou Schulz.

Poucas horas antes, Martin Schulz tinha anunciado uma "mudança de rumo" na política europeia no acordo de coligação alcançado com a CDU de Angela Merkel.

"Penso que conseguimos algo que será um novo acordar para a Europa e uma nova dinâmica para a Alemanha", disse Schulz numa conferência de imprensa conjunta com Merkel para apresentar o acordo.

O pacto é "o fundamento" para uma nova política europeia, que será expressa num "apoio tácito" à "linha do governo francês" para "reformar a Europa e as suas instituições", acrescentou.

Schulz orientou todo o processo de negociações de uma nova "grande coligação" para a necessidade de apoiar a proposta de reforma da União Europeia apresentada em setembro pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, com quem, disse, se manteve sempre em contacto.

"Só com um novo auge da Europa se pode garantir à Alemanha paz, segurança e prosperidade a longo prazo", afirma-se no acordo hoje fechado entre a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel, a União Social-Cristã (CSU) de Hörst Seehofer e o SPD de Schulz.

O acordo não permite formar um governo de imediato, porque ainda tem de ser aprovado pela maioria dos mais de 460.000 militantes do SPD.

Será preciso organizar um congresso extraordinário para a eleição de Andrea Nahles e os militantes do partido vão ser consultados sobre o acordo de coligação. A consulta interna vai decorrer a partir do dia 20 de fevereiro. O resultado será divulgado a 4 de março.

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