Pessoal da embaixada dos EUA em Cuba "não deve regressar a Havana"
Uma delegação norte-americana enviada a Cuba recomendou hoje que o grupo de 24 funcionários e respetivas famílias, retirados em setembro da embaixada dos Estados Unidos em Havana devido a doenças misteriosas, não regresse à capital cubana.
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Os seis membros democratas do Senado e da Câmara dos Deputados visitaram a embaixada dos Estados Unidos em Havana e contactaram as autoridades locais, para que possam realizar um relatório e remetê-lo ao Departamento de Estado, que decidirá a 4 de março se promove o regresso dos funcionários ou se os substituirá.
"Fiquei com a impressão de que os cubanos ofereceram toda a cooperação que queremos para a descoberta de tudo o que se passou", referiu o senador Patrick Leahy, acrescentando que não viu que os cubanos "tenham alguma vantagem em fazer algo para prejudicar o pessoal da embaixada, pois seria prejudicar as relações entre os dois países".
Em 29 de setembro, os Estados Unidos anunciaram a retirada de Cuba de mais de metade do pessoal da embaixada em Havana na sequência de "ataques de natureza desconhecida".
O Departamento de Estado também emitiu um aviso prévio aos cidadãos norte-americanos que tenham a intenção de viajar para Cuba, alertando para eventuais riscos invulgares.
Apesar destas duas medidas, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, já veio declarar que os Estados Unidos "mantêm as relações diplomáticas com Cuba", apesar dos "ataques de natureza desconhecida".
Os alegados ataques que atingiram funcionários da embaixada norte-americana em Havana provocaram sintomas significativos, como problemas de ouvidos e perda de audição, tonturas, dores de cabeça, fadiga, dificuldades cognitivas e dificuldade em dormir.
Apesar de uma intensa investigação da polícia federal norte-americana (FBI), as causas e os responsáveis pelos ataques continuam um mistério, com alguns especialistas a especularem que algum tipo de arma sónica secreta ou um dispositivo de vigilância defeituoso poderiam estar relacionados com os acontecimentos.
Alguns dos ataques terão ocorrido em hotéis onde os funcionários tutelados pelo Departamento de Estado estiveram hospedados temporariamente.
Este episódio surge numa altura em que as relações bilaterais entre Washington e Havana, restabelecidas em julho de 2015 durante a administração de Barack Obama (Democrata) após uma suspensão de mais de meio século, vivem um período de esfriamento perante as novas políticas assumidas pelo Presidente Donald Trump (Republicano).
A representação diplomática norte-americana em Havana foi reaberta em julho de 2015 e no mês seguinte, em agosto, o então secretário de Estado norte-americano, John Kerry, presidiu à cerimónia do içar da bandeira da embaixada dos Estados Unidos, algo que não acontecia há 56 anos.
Rex Tillerson considerou que os sintomas de náuseas, tonturas e dores de cabeça resultaram de "ataques direcionados", o que reduziu a equipa da embaixada norte-americana em 60%.
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