Amnistia Internacional diz que exército egípcio usa bombas proibidas
A Amnistia Internacional (AI) denunciou hoje que o exército egípcio tem utilizado bombas de fragmentação, proibidas internacionalmente pelos seus efeitos indiscriminados e a longo prazo, na ofensiva que levam a cabo a norte do Sinai desde fevereiro.
© Reuters
Mundo Sinai
As forças armadas difundiram no passado dia 21 de fevereiro um vídeo na rede Twitter no qual afirmavam que "elementos terroristas" colocaram artefactos explosivos improvisados no terreno, mas a organização de defesa dos direitos humanos analisou as imagens e comprovou que se trata de bombas de fragmentação lançadas por aviões egípcios.
"As afirmações de que estas armas foram colocadas por membros de grupos armados simplesmente caem por si próprias", disse, em comunicado, a diretora da AI para o Norte de África, Nayia Bunaim.
A responsável justificou que o vídeo "mostra um tipo de munição fabricado nos Estados Unidos" que a AI sabe que o exército egípcio possui e que "apenas pode ser lançado por certos aviões" utilizados pela força aérea egípcia.
As bombas de fragmentação abrem-se ao ar livre e libertam centenas de pequenas bombas sobre uma área equivalente a um campo de futebol, e muitas destas submunições, frequentemente, não são detonadas e permanecem sem explodir durante anos, representando uma ameaça depois de terminado o conflito, apontou a organização.
"Este novo vídeo confirma os nossos piores presságios, as forças armadas egípcias estão a utilizar bombas de fragmentação no norte do Sinai. Isto mostra uma horrível indiferença pela vida humana e o direito internacional", indicou Bunaim.
A AI apelou ao Egito para que deixe de usar estas armas "imediatamente" e que "destrua todas as que existem", além de pedir a "todos os Estados que fornecem armas ao Egito, incluindo os EUA, suspendam imediatamente as exportações".
No Sinai está instalada a filial egípcia do grupo radical Estado Islâmico, Wilayat Sina, que tem ganhado força nos últimos anos.
Na região está em vigor um estado de exclusão militar, pelo que a imprensa não pode aceder a este local e não é possível verificar as informações divulgadas pelo exército e pelo Ministério do Interior.
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