Jovens guineenses pedem sanções políticas contra o Presidente
Os jovens do movimento de cidadãos inconformados com a crise política na Guiné-Bissau pediram hoje à comunidade da África Ocidental que sancione o Presidente do país, José Mário Vaz, que acusam de ser o mentor da situação.
© Lusa
Mundo José Mário Vaz
Sumaila Djaló, porta-voz dos Inconformados, movimento constituído por jovens dos liceus e universidades, indicou à Lusa, à margem de uma manifestação hoje realizada nas ruas de Bissau, que José Mário Vaz "tem de ser sancionado" pela Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Os Inconformados manifestaram hoje diante da sede da CEDEAO a sua solidariedade para com a organização africana por ter decretado sanções contra 19 personalidades guineenses, que acusa de serem os responsáveis pela persistência da crise política no país, mas querem que o nome de José Mário Vaz passe a figurar na lista de castigados.
"Sendo José Mário Vaz o autor desta crise o nome dele tem que figurar numa futura lista, queremos que seja sancionado pela CEDEAO", defendeu Sumaila Djaló, agradecendo à organização "pela sábia decisão" de aplicar sanções aos responsáveis do país.
O movimento entregou ao representante da CEDEAO em Bissau, Blaise Diplo, um manifesto no qual agradecem o castigo aplicado às 19 personalidades, mas também frisam a sua vontade de ver o nome do Presidente do país entre os castigados.
Blaise Diplo prometeu fazer chegar o documento às instâncias competentes.
Outro elemento dos Inconformados, Badilé Samy, disse no seu discurso que as sanções da CEDEAO, que entre outras medidas proíbem os visados de viajarem, "já estão a ter resultados", pelo que, insistiu, devem ser adotadas "por todas as instâncias internacionais".
A única mulher a usar da palavra nos discursos, Isabel Gomes, entende que "há mais pessoas" que devem ser sancionadas para que a Guiné-Bissau "ganhe a paz definitivamente".
Quanto ao facto de a manifestação contar com pouca adesão, cerca de cem jovens, Isabel Gomes defendeu que "tudo se deveu a estratégia da polícia", que só autorizou a ação por volta das 23:00 sábado.
Inicialmente a polícia tinha dito que não ia garantir segurança e as pessoas tiveram receio de vir à manifestação, explicou a dirigente que se considera orgulhosa com aqueles que marcharam cerca de cinco quilómetros até a sede da CEDEAO, disse.
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