Em conferência de imprensa, o governante salientou que, entre janeiro e junho, a maior parte dos crimes registados em Macau foram contra o património, num total de 3.825, mais 5,9% face ao período homólogo do ano passado, dos quais cerca de 2.000 foram casos de furto.

Os crimes contra a vida em sociedade, que incluem utilização de documento de identificação alheio, falsificação de documentos e fogo posto, foram os que registaram o maior aumento no primeiro semestre, de 37,2%, para 476 delitos registados.

Os casos de tráfico de droga foram os que registaram o acréscimo mais acentuado, de 63,6%, para 108 casos, enquanto a delinquência juvenil verificou a maior queda, de 44,4%, tendo sido verificados apenas 25 crimes deste tipo que envolveram 34 jovens.

No âmbito dos crimes relacionados com a droga, Cheong Kuok Vá constatou que também o consumo aumentou, designadamente 25,4%, para 168 casos, e reconheceu dificuldades nas operações de combate levadas a cabo pelas autoridades policiais.

"As autoridades policiais enfrentam algumas dificuldades na operação e, por vezes, os resultados alcançados ficam aquém das expectativas", constatou.

Questionado sobre a possibilidade de agravamento das penas para os crimes relacionados com droga, pedida por alguns deputados à Assembleia Legislativa, o secretário para a Segurança defendeu a necessidade de se "ouvir a opinião da população e alcançar um consenso antes de se legislar".

"Muito em breve vamos apresentar uma proposta para incluir mais cinco substâncias psicotrópicas na lista de proibição", avançou, adiantando que essas drogas, que se escusou a especificar, já são proibidas na China continental, em Taiwan e na região vizinha de Hong Kong.

No primeiro semestre do ano, Macau observou um acréscimo da criminalidade violenta de 1,4%, para 352 delitos.

Já os crimes contra o território, como desobediência e falsa declaração, caíram 7,5%, para 370 casos, e os crimes contra a pessoa, os segundos mais registados depois dos delitos contra o património e que abrangem ofensas à integridade física e ameaças, também registaram uma diminuição de 0,3%, para 1.199 delitos.

O secretário para a Segurança salientou que, entre os crimes contra a pessoa, foram registados 70 sequestros, mais 26 do que no primeiro semestre do ano passado, tendo sido detidas 133 pessoas, "a maior parte do interior da China".

"Estes crimes estão relacionados com o setor do jogo, porque os casinos atraem atividades delituosas, mas estamos muito atentos e a Polícia Judiciária reforçou a troca de informações com territórios vizinhos e as patrulhas nos casinos", disse.

Nos seis primeiros meses do ano, 2.355 suspeitos de infrações criminais foram detidos e enviados ao Ministério Público de Macau, mais 18,3% do que no período homólogo do ano passado.

De acordo com os dados avançados pelo secretário para a Segurança, cerca de 19 mil pessoas originárias do interior da China foram detetadas com excesso de permanência em Macau face a apenas 1.398 indivíduos de outras origens.