Putin não alterará a Constituição para continuar no poder em 2024
O Presidente russo, Vladimir Putin, assegurou hoje que não pretende alterar a Constituição para continuar no poder em 2024, uma vez que a Magna Carta impede mais de dois mandatos consecutivos.
© Getty Images
Mundo Garantia
"Eu nunca fiz alterações à Constituição, muito menos para meu próprio benefício. E, até hoje, continuo a não ter esses planos", disse Vladimir Putin ao canal de televisão norte-americana NBC, uma entrevista publicada no site do Kremlin.
Vladimir Putin, 65 anos, que espera ser reeleito nas eleições presidenciais de 18 de março, deixou o Kremlin em 2008, depois de ter exercido dois mandatos consecutivos, e regressou quatro anos depois como primeiro-ministro.
Reconheceu, na entrevista, que pensou no seu possível sucessor desde que assumiu o cargo em 2000, mas que, no final, "a decisão final será tomada pelo povo russo".
Além disso, negou que a sua idade seja um obstáculo, afirmando que, no mundo, incluindo os EUA e a Europa, há muitos como ele, que são chefes de Estado.
"Mas se uma pessoa chegar ao primeiro lugar deve trabalhar ativamente como se fosse a primeira vez na sua vida, como a primeira e a última", defendeu.
Em referência à China, onde o Presidente Xi Jinping propôs alterar a Constituição para permanecer no poder em 2023, Vladimir Putin lembrou que "na China vivem (quase) 1,5 mil milhões de pessoas".
"Tendo isso em mente, há que pensar que estamos todos interessados em que a China seja um estado estável e próspero", afirmou.
Relativamente às eleições presidenciais, em que parte como grande favorito, afirmou: "se os eleitores me derem a oportunidade de exercer um novo mandato, então darei até à última gota".
Mostrou-se ainda disposto a cooperar com a oposição, incluindo a extraparlamentar, mas no caso do líder da oposição, Alexei Navalni, que foi afastado como candidato presidencial por ter antecedentes criminais, defendeu que este deve merecer o perdão presidencial.
O Presidente da Rússia disse ainda na entrevista que lhe "é absolutamente igual" se cidadãos russos forem condenados por ingerência nas eleições presidenciais norte-americanas de novembro de 2016, porque, afirmou, "não representam os interesses do Estado russo".
Putin, que voltou a negar que tenha mandado interferir nas eleições norte-americanas, lembrou que a Rússia só pode processar quem viola a lei russa.
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