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Jornal do PC Chinês lembra: "Sistema ocidental não é referência"

Um jornal do Partido Comunista Chinês afirmou hoje que o "sistema ocidental não é referência" para a China, defendendo o fim do limite de mandatos para o Presidente e um maior domínio do PCC.

Jornal do PC Chinês lembra: "Sistema ocidental não é referência"
Notícias ao Minuto

06:43 - 12/03/18 por Lusa

Mundo Regime

"A China mantém há muito uma ascensão contínua", lembra o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC.

"E estamos cada vez mais certos de que a chave da trajetória da China consiste em manter uma liderança forte do PCC e seguir inequivocamente a chefia do Comité Central do Partido, com o camarada Xi Jinping no centro", acrescenta.

O legislativo chinês aprovou no domingo uma emenda constitucional que remove da constituição do país o limite de dois mandatos no exercício do cargo de Presidente.

A medida permite a Xi Jinping, um dos mais fortes líderes na história da República Popular da China, ficar no cargo depois de 2023, quando termina o seu segundo mandato.

O PCC elimina assim um dos princípios fundamentais da política chinesa nas últimas décadas, que distinguia o regime de Pequim de outros estados autoritários, e que analistas consideram ter sido crucial para a estabilidade política que permitiu à China converter-se na segunda maior economia mundial.

Observadores por todo o mundo alertam para o regresso da China a uma ditadura pessoal, e lembram as consequências que o totalitarismo teve no país, durante o 'reinado' de Mao Zedong - governou de 1949 a 1976 -, um período turbulento que causou milhões de vítimas.

No entanto, o Global Times afirma que "os fenómenos que a China enfrenta não podem ser explicados pelas teorias ocidentais".

"A China deve encontrar soluções com base na sua própria sabedoria", defende o jornal.

Xi Jinping está a executar uma vasta agenda, que inclui tornar o setor estatal mais competitivo, desenvolver a indústria de alta tecnologia, reduzir a pobreza e combater a poluição.

O objetivo é converter a China numa "potência global" e um "Estado socialista moderno", até meados deste século.

Mas sob a direção de Xi, o país asiático tem também reforçado o controlo sobre a sociedade civil, meios académicos ou Internet, apontam organizações de defesa dos Direitos Humanos.

Pequim passou também a defender abertamente que o seu sistema político autocrático pode ser uma solução para outros países em desenvolvimento.

"Recebemos ordens do Governo para não publicar notícias negativas sobre países com sistemas ditatoriais, sobretudo em África", comenta à Lusa uma jornalista chinesa em Pequim.

Para o Global Times, não há dúvidas: "nos últimos anos, testemunhou-se a dura realidade de que o sistema político ocidental não funciona nos países em desenvolvimento e produz resultados terríveis".

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