Skripal: Diplomatas dizem ser "altamente provável" envolvimento da Rússia
Os chefes de diplomacia da União Europeia (UE) condenaram hoje "veementemente" o envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e da sua filha, Yulia, e admitiram considerar altamente provável o envolvimento da Rússia, como defende o governo britânico.
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Em comunicado, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28, reunidos hoje em Bruxelas, consideraram que "a vida de muitos cidadãos foi ameaçada por este ato impiedoso e ilegal", e assumiram levar "extremamente a sério" a avaliação do Governo do Reino Unido de que é "altamente provável" que a Rússia seja responsável pelo envenenamento dos Skripal.
"A UE está chocada com o uso de um agente nervoso, desenvolvido pela Rússia, em solo europeu pela primeira vez nos últimos 70 anos. O uso de armas químicas por quem quer que seja, em qualquer circunstância, é completamente inaceitável e constitui uma ameaça de segurança para todos nós", pode ler-se na nota.
Os chefes de diplomacia comunitários lembraram ainda que o uso de armas químicas representa uma "violação clara" da Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenamento e Utilização das Armas Químicas e sobre a sua Destruição, e da lei internacional.
"A UE saúda o compromisso do Reino Unido de trabalhar conjuntamente com a Organização para a Proibição de Armas Químicas [OPCW, na sigla em inglês] no apoio à investigação ao ataque. A UE insta a Rússia a responder com urgência às questões colocadas pelo Reino Unido e pela comunidade internacional e a providenciar a divulgação imediata, completa e integral do programa Novichok", acrescenta o texto.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28 expressaram ainda solidariedade com o Governo britânico, comprometendo em permanecer atentos a esta caso e às suas implicações.
Londres tem "evidências" de que a Rússia "desenvolveu e armazenou" o Novichok, o agente nervoso usado para envenenar o ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha, Yulia, disse o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, no domingo.
Em entrevista à BBC, Johnson disse que, nos últimos dez dias, o seu país reuniu provas de que "a Rússia não apenas investigou a entrega de agentes nervosos para o assassinato, mas também que criou e armazenou Novichok ".
O político confirmou, além disso, que um grupo de especialistas da Organização Internacional para a Proibição de Armas Químicas - um órgão regulador - vai deslocar-se hoje a Salisbury para realizar testes à toxina.
Este componente químico foi usado no passado dia 04 para envenenar os Skripal. A primeira-ministra britânica, Theresa May, culpa o Kremlin pelo ocorrido, tendo sido desencadeada uma crise política e diplomática entre ambos os países.
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