Imigração faz subir taxa de fecundidade na Alemanha para valores de 1973
Os nascimentos na Alemanha subiram 7% em 2016, para níveis de fecundidade que constituem um recorde desde 1973, uma evolução que se deve ao aumento de mães estrangeiras causado pelo fluxo histórico de migrantes.
© Getty Images
Mundo Destatis
O gabinete alemão de estatística Destatis indicou hoje que, em 2016, a Alemanha registou cerca de 792 mil nascimentos, o que representa uma taxa de fecundidade de 1,59 crianças por cada mulher, contra os 1,50 do ano anterior.
"As mães alemãs deram à luz 607.500 crianças, 3% mais do que em 2015 (...) as mães de nacionalidades estrangeiras tiveram 184.660 crianças, o que representam uma subida de 25% face a 2015", salienta o Destatis.
Em 2015, a Alemanha acolheu cerca de 900 mil migrantes que solicitaram asilo, na sua maioria sírios, iraquianos e afegãos. Um ano antes, em 2014, a Alemanha já tinha recebido outros 200 mil migrantes.
O Destastis explicou o aumento dos nascimentos entre as mães alemãs com o facto de as mulheres entre os 30 e os 37 estarem a ter mais filhos (devido a terem retardado a procriação).
Quanto às mães estrangeiras, o gabinete de estatística atribui a subido "ao aumento do número de mulheres provenientes de países onde tradicionalmente a natalidade é mais elevada".
Assim, as mães sírias tiveram 18.500 crianças na Alemanha em 2016, face aos 4.800 em 2015 e aos 2.300 em 2014. As afegãs tiveram 5.900 crianças (2.000 em 2015) e as iraquianas 5.500 (contra as 2.800 de 2015).
As mulheres turcas, a principal comunidade estrangeira na Alemanha desde há várias décadas, deram à luz 21.800 crianças, mais 200 do que em 2015.
Com esta subida global, a Alemanha encontra-se na média europeia de fecundidade, após anos na parte baixa da tabela.
A Alemanha registou em 2015 a maior taxa de crescimento da sua população (1,2%, para 82,2 milhões) desde a Reunificação, devido ao afluxo de solicitantes de asilo. Na altura, o fluxo de migrantes foi considerado a mais grave crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Sem a chegada destes migrantes, a população alemã teria sofrido uma regressão, já que em 2015 o país registou mais 188.000 óbitos do que nascimentos.
Segundo as projeções oficiais, a imigração não será, por si só, suficiente para corrigir a quebra na população alemã que tem vindo a ocorrer desde há décadas. A população ativa com idades entre os 20 e os 65 anos vai passar de 49,8 milhões em 2015 para 43,9 milhões em 2035 e para 39,6 milhões em 2060.
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