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Imigração faz subir taxa de fecundidade na Alemanha para valores de 1973

Os nascimentos na Alemanha subiram 7% em 2016, para níveis de fecundidade que constituem um recorde desde 1973, uma evolução que se deve ao aumento de mães estrangeiras causado pelo fluxo histórico de migrantes.

Imigração faz subir taxa de fecundidade na Alemanha para valores de 1973
Notícias ao Minuto

14:39 - 28/03/18 por Lusa

Mundo Destatis

O gabinete alemão de estatística Destatis indicou hoje que, em 2016, a Alemanha registou cerca de 792 mil nascimentos, o que representa uma taxa de fecundidade de 1,59 crianças por cada mulher, contra os 1,50 do ano anterior.

"As mães alemãs deram à luz 607.500 crianças, 3% mais do que em 2015 (...) as mães de nacionalidades estrangeiras tiveram 184.660 crianças, o que representam uma subida de 25% face a 2015", salienta o Destatis.

Em 2015, a Alemanha acolheu cerca de 900 mil migrantes que solicitaram asilo, na sua maioria sírios, iraquianos e afegãos. Um ano antes, em 2014, a Alemanha já tinha recebido outros 200 mil migrantes.

O Destastis explicou o aumento dos nascimentos entre as mães alemãs com o facto de as mulheres entre os 30 e os 37 estarem a ter mais filhos (devido a terem retardado a procriação).

Quanto às mães estrangeiras, o gabinete de estatística atribui a subido "ao aumento do número de mulheres provenientes de países onde tradicionalmente a natalidade é mais elevada".

Assim, as mães sírias tiveram 18.500 crianças na Alemanha em 2016, face aos 4.800 em 2015 e aos 2.300 em 2014. As afegãs tiveram 5.900 crianças (2.000 em 2015) e as iraquianas 5.500 (contra as 2.800 de 2015).

As mulheres turcas, a principal comunidade estrangeira na Alemanha desde há várias décadas, deram à luz 21.800 crianças, mais 200 do que em 2015.

Com esta subida global, a Alemanha encontra-se na média europeia de fecundidade, após anos na parte baixa da tabela.

A Alemanha registou em 2015 a maior taxa de crescimento da sua população (1,2%, para 82,2 milhões) desde a Reunificação, devido ao afluxo de solicitantes de asilo. Na altura, o fluxo de migrantes foi considerado a mais grave crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Sem a chegada destes migrantes, a população alemã teria sofrido uma regressão, já que em 2015 o país registou mais 188.000 óbitos do que nascimentos.

Segundo as projeções oficiais, a imigração não será, por si só, suficiente para corrigir a quebra na população alemã que tem vindo a ocorrer desde há décadas. A população ativa com idades entre os 20 e os 65 anos vai passar de 49,8 milhões em 2015 para 43,9 milhões em 2035 e para 39,6 milhões em 2060.

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