60 diplomatas russos expulsos pelos EUA regressam hoje a Moscovo
Os 60 diplomatas russos expulsos pelos Estados Unidos depois do envenenamento de um ex-agente duplo no Reino Unido, vão regressar hoje à Rússia, anunciou o embaixador russo em Washington Anatoli Antonov, citado pela agência estatal TASS.
© Reuters
Mundo Skripal
"Em 31 de março, todos os diplomatas russos que foram declarados 'persona non grata' vão voltar de avião com as suas famílias", declarou o embaixador aos jornalistas.
No total, 171 pessoas vão deixar o país e o Governo russo disponibilizou dois aviões para o seu transporte, que fará uma breve escala em Nova Iorque para transportar 14 famílias, acrescentou.
Os Estados Unidos e os seus aliados anunciaram esta semana a expulsão de 150 diplomatas russos no quadro de uma represália concertada devido ao que ficou designado por caso Skripal, que se refere ao ex-espião duplo de origem russa Serguei Skripal, de 66 anos, e a sua filha Yulia, de 33 anos, que foram encontrados inconscientes em 04 de março em Salisbury, no sul de Inglaterra, após terem sido envenenados com um componente químico que ataca o sistema nervoso.
O Reino Unido atribuiu o envenenamento à Rússia, que tem desmentido todas as acusações e exigido provas concretas sobre esta alegação.
Entretanto, a Rússia ordenou na sexta-feira ao Reino Unido que reduza as suas missões diplomáticas, um dia depois de ter expulsado 60 diplomatas norte-americanos, aumentando a tensão com o Ocidente.
O Reino Unido tem de cortar "mais de 50" diplomatas e assistentes técnicos na embaixada da Rússia e no consulado dentro de um mês, disse a porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros Maria Zakharova na sexta-feira, por telefone, citada pela Bloomberg.
A embaixada russa em Londres acusou hoje o Reino Unido de "provocação" pelo registo de um avião da Aeroflot que aterrou na sexta-feira no aeroporto de Heathrow e que relaciona com o caso Skripal.
Um porta-voz da representação diplomática sublinhou que agentes dos serviços de fronteira e aduaneiros britânicos tentaram registar o avião sem a presença da tripulação, se bem que depois foi permitido que o comandante estivesse presente.
"Fomos testemunhas de uma outra evidente provocação por parte das autoridades britânicas. Agentes dos serviços de fronteiras e de aduaneira registaram um avião que operava os voos 2582/2583 Moscovo-Londres-Moscovo. Este tipo de atos é insólito", afirmou um porta-voz da embaixada, citado pela Efe.
A Polícia Metropolitana de Londres, que coordena a investigação sobre o envenenamento, negou que tenha participado neste assunto.
A embaixada russa fez saber que se queixou às autoridades britânicas e pediu uma explicação pelo ocorrido.
"Neste momento não temos outra explicação, mas o incidente em Heathrow está, de uma maneira ou de outra, vinculada com a política hostil que o Governo do Reino Unido está a levar a cabo na sua relação com a Rússia", acrescentou a embaixada.
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