Atenas pede à Turquia que acelere "processos" de soldados gregos detidos
O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras apelou hoje a Ancara para "acelerar os processos judiciais" para o regresso dos dois soldados gregos na Turquia após atravessarem por erro, segundo Atenas, a fronteira comum, e terminar com a "escalada retórica".
© Reuters
Mundo Tsipras
"Apelamos aos nossos vizinhos para terminarem com a escalada retórica (...) quando existem problemas a nível interno o pior é viraram-se para os seus vizinhos", indicou Tsipras no decurso de um conselho de ministros.
Na sua perspetiva, a pressão turca sobre a Grécia -- membro da União Europeia (UE) e ambos os países parceiros na NATO -- surge sobretudo dos problemas que Ancara enfrenta atualmente no conflito na Síria ou nas suas difíceis relações com o ocidente.
Em paralelo, e em declarações hoje à estação de rádio estatal Praktoreio, o ministro-adjunto grego dos Negócios Estrangeiros, Giorgos Katrougalos, apelou à população para não recear um eventual incidente no mar Egeu com forças turcas, porque a Grécia tem muitos aliados.
"A Turquia não tem a intenção de fomentar um incidente. A intenção da Turquia consiste em criar tensão e tentar provocar, como no passado, condições para tornar "cinzentas", em termos da lei internacional, diversas regiões no mar Egeu e no Mediterrâneo oriental", disse.
A detenção desde há um mês numa prisão turca de dois soldados gregos, que segundo Atenas entraram por erro em território turco quando patrulhavam a fronteira greco-turca em condições meteorológicas adversas, agravou as relações entre os dois vizinhos.
Segundo os 'media' turcos, os dois soldados foram acusados de "entrada ilegal numa zona proibida" e de "espionagem".
A sua detenção é "injusta", disse Tsipras, ao recordar que já sucederam incidentes similares junto à fronteira e resolvidos de forma amigável.
Na semana passada, a UE condenou as "ações ilegais" da Turquia no mar Egeu e no Mediterrâneo oriental, para testemunhar a sua solidariedade com a Grécia e Chipre.
Tsipras apelou à Turquia para "demonstrar boa vontade e acelera os processos judiciais" para autorizar o regresso dos soldados à Grécia.
Numa reação aos constantes pedidos do Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que pretende a extradição de oito militares turcos que fugiram para a Grécia após o fracassado golpe de Estado de julho de 2016, Atenas recusou de novo no domingo relacionar este caso com a situação dos soldados gregos.
Erdogan "escolheu prosseguir no perigoso caminho dos ataques provocatórios ao comparar dois casos absolutamente diferentes", referiu o Governo em comunicado divulgado do domingo.
Ao sublinhar que a justiça grega rejeitou a extradição dos militares turcos, Tsipras sublinhou que o seu país é "um Estado de direito".
"O primeiro-ministro respeita a justiça (...) não é um sultão que pode influenciar as suas decisões", refere o comunicado.
Na segunda-feira, e em resposta, o ministério dos Negócios Estrangeiros turco acusou Atenas de emitir declarações "incompatíveis com a gravidade da situação".
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