Tribunal Internacional poderá julgar autores de crimes na Faixa de Gaza
A procuradora do Tribunal Penal Internacional (TPI) apelou hoje para o fim do "banho de sangue" na Faixa de Gaza, avisando que o tribunal poderá julgar os autores de crimes de guerra.
© Global Imagens
Mundo Procurador
"O recurso à violência tem de cessar", declarou Fatou Bensouda num comunicado divulgado pelo TPI, cuja sede se situa em Haia.
"Qualquer pessoa que incite ou participe em atos de violência, dando ordens, exigindo, encorajando ou contribuindo seja como for para o cometimento de crimes que estejam no âmbito da jurisdição do TPI é suscetível de ser perseguido perante o TPI", advertiu a procuradora.
Israel enfrentou fortes críticas das organizações de defesa dos direitos humanos, inclusive israelitas, pela utilização de balas verdadeiras contra manifestantes da "Marcha do Retorno" organizada pelos palestinianos.
Depois do dia 30 de março, durante o qual 19 palestinianos foram mortos, a União Europeia e a ONU pediram a abertura de um inquérito independente.
Na sexta-feira, durante uma nova jornada de manifestações marcada por confrontos, foram mortos dez palestinianos, entre os quais um jornalista envergando um colete em que se lia "Imprensa", fazendo com que a UE se interrogasse novamente sobre o uso proporcionado ou não da violência por Israel.
No total, incluindo dois palestinianos mortos em confrontos distintos, o balanço de mortos desde 30 de março ascende a 30 cidadãos palestinianos, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza.
Não houve qualquer vítima do lado israelita.
O Governo de Benjamin Netanyahu acusa o Hamas, no poder na Faixa de Gaza, de estar por detrás deste movimento de protesto, e afirma que os soldados israelitas abriram fogo apenas por necessidade contra manifestantes que tentavam infiltrar-se no seu território e para impedir ataques.
Segundo a imprensa israelita, o general de brigada Moti Baruj dirigirá uma investigação sobre a resposta militar israelita na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza.
Por entre as acusações de uso excessivo da força nas manifestações e marchas sucedidas no muro de separação entre Israel e Gaza nas últimas duas semanas, o exército israelita abrirá uma investigação, como fez em ocasiões anteriores.
As duas últimas foram após a guerra de Gaza de 2014 e após a morte acidental de um elemento espanhol dos Capacetes Azuis da ONU no Líbano, em 2015, às mãos de um soldado israelita.
Uma vez terminada a investigação, decidir-se-á se se abre um inquérito adicional da Polícia Militar.
A tensão na região aumentou desde que começou a "Marcha do Retorno", a mobilização que reclama o direito ao retorno dos refugiados palestinianos e que prosseguirá, segundo os seus organizadores, até 15 de maio.
Na sexta-feira, 30 de março, concentraram-se cerca de 30.000 pessoas junto da fronteira com Israel, e no último fim de semana mais 20.000 fizeram o mesmo, em cinco pontos da Faixa de Gaza, onde se montaram simbólicos acampamentos permanentes e decorrem atividades durante a semana.
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