Uma das responsáveis pelo projeto "EKUIzar para mudar o mundo", promovido pela associação Leque, Celmira Macedo, disse à agência Lusa que já "duas mil crianças em 133 escolas" aprenderam a comunicar sem barreiras entre cegos, surdos e pessoas sem deficiências.
Os 10.000 euros do prémio, instituído em 2012, servirão para alargar o projeto ao Algarve e Alentejo e para acabar de fazer a aplicação móvel que ensinará "com vídeos e jogos" os idiomas para transcender as barreiras do som e da visão.
"De Melgaço a Pinhal Novo", o EKUIzar começou por dar formação aos professores que quiseram aderir e aplicar o método nas suas aulas e vai conferindo os resultados com os docentes.
Os promotores do projeto estimam que há "uma taxa de sucesso de 89 por cento".
Os efeitos nas salas de aula em que o método já está a ser aplicado têm sido acabar com barreiras entre alunos surdos, cegos e os outros, que aprendem os modos de comunicação de todos.
Crianças surdas que, no passado, poderiam ser vítimas de "bullying" pela maneira com vocalizam passaram a ser procuradas pelos outros alunos para que lhes ensinem mais do que aprendem nas aulas.
Por outro lado, crianças que não são surdas aprenderam língua gestual e abordam sem estranheza pessoas surdas que encontram na rua para lhes falar, ilustrou.
Celmira Macedo afirma que se trata de dar "competências de literacia e de cidadania" a todos os que contactem com o método.
O júri do prémio Maria José Nogueira Pinto - jurista, deputada, autarca - decidiu ainda dar menções honrosas no valor de mil euros aos projetos "Equipa de Recados", da Associação Juvenil para o Desenvolvimento (AJUDE); "EIS -- Empreendedorismo e Inovação Social (CSM)", da Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã (ARCIL); "Entre Pares", da Obra Social das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor; e "Bem -- Humanizar Equipa Domiciliária de Cuidados Paliativos", da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez.
No total, houve 125 candidaturas à sexta edição do prémio.