Pacote laboral. CGTP fala em "declaração de guerra aos trabalhadores"
Arménio Carlos critica o pacote laboral que é hoje votado no Parlamento, considerando que estamos perante uma "manipulação". “A precariedade vai alargar no terreno e reduzir nas estatísticas”, prevê.
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País Plenário
Esta quarta-feira vai ficar marcada pela última reunião plenária, antes das férias, que tem como tema quente a alteração ao código do trabalho. Uma votação que, já se sabe, contará com a abstenção do PSD e com os votos contra do PCP e do Bloco de Esquerda.
Nas galerias da Assembleia marcam hoje presença cerca de 250 dirigentes e ativistas da CGTP em forma de protesto pela previsível aprovação do pacote laboral.
“É evidente que respeitamos a Assembleia, mas a nossa presença aqui hoje é para relembrar os deputados, particularmente do PS, que não se devem dissociar daquilo que é um sentimento generalizado de crítica e de rejeição das normas gravosas deste novo pacote laboral", fundamentou Arménio Carlos à porta da casa da Democracia.
Falando na antena da RTP, o responsável sindical sublinhou que, "infelizmente", o PS apresenta este novo pacote laboral "na sequência de outros pacotes laborais que a direita apresentou, aprovou e que estiveram na origem do desequilíbrio das relações de trabalho e acentuação das desigualdades”.
Questionado sobre os motivos pelos quais está fora do acordo de concertação social, Arménio Carlos considerou que os objetivos da presença da CGTP hoje no Parlamento se prende com o facto de o Governo, depois de ter prometido o combate ao modelo de baixos salários e trabalho precário, apresentar uma proposta de lei que, no essencial, perpetua essa precariedade.
“ Mas não só. [Há] questionamentos constitucionais no que respeita à segurança do emprego e também o principio da igualdade, para além daquilo que tem a ver com o ataque à contratação coletiva e a redução de retribuição”, referiu também.
No seu entender, com a aprovação deste novo pacote laboral a “precariedade vai alargar no terreno e reduzir nas estatísticas”. E deu o exemplo dos contratos de período experimental de 180 dias para jovens à procura do primeiro emprego e para desempregados, que não são contabilizados como precariedade.
“Estamos perante uma manipulação, aquilo que consideramos uma situação inadmissível. É uma proposta de lei que não merece ver a luz do dia, muito menos ser aplicada”, defendeu o sindicalista que promete aumentar a contestação “se o Governo do PS privilegiar esta declaração de guerra contra os trabalhadores”.
Para terminar, e citando Nelson Mandela, que faria hoje 100 anos, Arménio Carlos atirou: “Tudo parece impossível até ser feito”.
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