"Apesar do vento, recuperação da humidade é favorável para esta noite"
A 2.ª Comandante Operacional Nacional da ANPC fez um ponto de situação sobre o incêndio de Monchique que retirou, até este momento, 230 pessoas das suas casas. Patrícia Gaspar esclareceu ainda que a transição do comando operacional é "um procedimento normal" tendo em conta dimensão do fogo.
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País Incêndios
A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), através da 2.ª Comandante Operacional Nacional, Patrícia Gaspar, fez ao início da noite desta terça-feira um balanço sobre os trabalhos de combate ao fogo na serra algarvia de Monchique, que vão já no quinto dia.
A responsável explicou, numa conferência de imprensa na escola básica do 2.º e 3. ciclo de Monchique, no distrito de Faro, que foi analisada a meteorologia prevista para esta noite, de 7 para 8 de agosto, e que poderá ser favorável ao combate às chamas. "Apesar do vento, temos aqui possibilidade de recuperação daquilo que é a humidade, que nos é favorável, assim como uma descida de temperatura, que já se faz sentir", revelou Patrícia Gaspar, acrescentando que "o grande enfoque esta noite vai ser nas linhas do perímetro onde ainda estão pontos quentes".
"Existem duas frentes de incêndio onde existem mais pontos quentes e onde vamos entrar de forma mais robusta, sendo no lado virado no [concelho] de Silves e no lado virado para a zona da Fóia", disse aos jornalistas a responsável da ANPC.
De acordo com Patrícia Gaspar, o combate não assenta numa nova estratégia, "mas sim numa utilização mais robusta, nomeadamente das máquinas de rasto".
Além disso, acrescentou, também estão a ser encontradas soluções para população deslocada preventivamente das suas habitações. "Há, neste momento, 230 pessoas que estão a ser apoiadas neste esforço", encabeçado pela Segurança Social.
Questionada sobre o número de habitações atingidas pelo incêndio, Patrícia Gaspar revelou que até ao momento "ainda não é possível" quantificar.
Gestão no comando nacional é "procedimento normal"
Sobre a questão da passagem do comando das operações para a estrutura nacional, a Proteção Civil assegurou que se trata de um "procedimento normal", previsto no sistema, rejeitando qualquer ideia de "rutura". Patrícia Gaspar justificou, aliás, a alteração com o facto de o incêndio ter uma "complexidade que está a estender-se no tempo e no espaço".
Por outro lado, indicou que o sistema de operações "prevê que a partir do nível 5" haja um "comando nacional"."Estamos a falar de uma opção normal, prevista no sistema de gestão de operações. Não é uma rutura, é uma continuidade", afirmou.
A responsável chamou a atenção para a "complexidade da situação que temos em curso", que já vai no quinto dia de operações, sendo "caracterizada desde as primeiras horas por um comportamento agressivo", com "condições meteorológicas sempre adversas, quer no período diurno, quer no período noturno".
A Proteção Civil lembrou também a "urografia complexa" do local, com "diversos aglomerados populacionais em toda a zona onde incêndio tem estado a lavrar". "Todos estes fatores têm levado, desde o início, a uma necessidade quase constante de readaptação e redefinição de estratégia", justificou.
Esta terça-feira, em todo o perímetro do incêndio em Monchique, estiveram empenhados no combate às chamas 1.200 operacionais apoiados por 412 meios terrestres, 13 meios aéreos (que recolheram ao final do dia) e 25 máquinas de rasto.
O incêndio que lavra desde sexta-feira em Monchique afeta também os concelhos de Silves e Portimão, tendo destruído casas e muitas viaturas. Há 29 feridos ligeiros e um ferido grave, com prognóstico favorável.
Segundo o Sistema de Emergência da União Europeia, nestes cinco dias arderam já cerca de 17 mil hectares.
[Notícia atualizada às 21h04]
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