Momentos de "grande aflição" com chamas perto de casas em Enxerim

Na localidade de Enxerim, no concelho de Silves, viveram-se na quarta-feira ao início da noite momentos de "grande aflição", quando o fogo se aproximou das casas, e foi "por um triz" que algumas não foram consumidas pelas chamas.

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Lusa
09/08/2018 00:40 ‧ 09/08/2018 por Lusa

País

REPORTAGEM

Graça Albano é uma das proprietárias de um conjunto de habitações alinhadas naquela localidade algarvia e cujas traseiras dão para um vale. Foi aí que os bombeiros, com a ajuda de populares, combateram as chamas já muito próximas do muro da sua casa.

"O fogo começou naquele monte, desceu a encosta e rapidamente chegou. Em cerca de meia hora. Nunca pensei", contou à Lusa a proprietária, enquanto um GNR avisava: "Quem não está a ajudar só atrapalha".

Mais à frente, na mesma rua, mas num ponto mais alto, alguns populares juntam-se para observar a zona queimada.

"Há uns anos isto já tinha ardido tudo", atira um. "Não foi tanto como agora", contrapõe outro.

Numa habitação ali por perto, um morador vai regando com uma mangueira o telhado da sua casa. "Quando vemos as barbas do vizinho a arder, pomos as nossas de molho", justifica.

Na rua, um vizinho aproveita para mandar recados "para Lisboa": "Os senhores dos computadores têm de saber como é estar no terreno. Não é à secretária que se manda".

"Há meios que não estão a ser aproveitados", aponta.

Felicidade Cravo está com duas amigas a ver a área ardida no vale nas traseiras da localidade e contou à Lusa a forma "muito rápida" como as chamas se aproximaram de Enxerim.

"Nós víamos as chamas a descer, a descer. Olhe, foi aflição que não tem tamanho. As chamas eram tão altas, tão altas, que tivemos de fugir todos daqui. Foi por um triz", afirmou, com receio que um foco de incêndio, que, entretanto, tinha começado atrás de um monte próximo, voltasse a aproximar-se das habitações.

Questionada sobre a prontidão dos meios de socorro, foi taxativa: "chegaram logo".

No cenário outrora verde, porque "a serra estava linda", ficou tudo negro, mas, "o moinho safou-se".

O incêndio que deflagrou na sexta-feira em Monchique lavra há sete dias e já alastrou aos concelhos vizinhos de Portimão e Silves.

Segundo um balanço feito na quarta-feira de manhã, e que não foi alterado, há 32 feridos, um dos quais em estado grave (uma idosa internada em Lisboa), e 181 pessoas mantêm-se deslocadas, depois da evacuação de várias localidades.

 

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