Decisão do Governo “é uma declaração de guerra aos professores”

Mário Nogueira acusa o ministro da educação de ter mentido quando disse que houve negociação entre Governo e professores. "É mentira", repetiu o dirigente sindical.

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Melissa Lopes
04/10/2018 17:19 ‧ 04/10/2018 por Melissa Lopes

País

Mário Nogueira

uma declaração de guerra aos professores”. Foi com estas palavras que Mário Nogueira, da Fenprof, reagiu à notícia de que o Governo aprovou esta quinta-feira decreto-lei que define que os professores vão recuperar (apenas) dois anos, nove meses e 18 dias do tempo de serviço.

 Numa conferência de imprensa marcada para a tarde desta quinta-feira, último dia de uma semana de greve dos professores, Mário Nogueira afirmou que a decisão do Conselho de Ministros “vem demonstrar e confirmar a prepotência e a inflexibilidade que o Governo tem abordado esta matéria”, acusando o Executivo de Costa de não ter alterado “uma vírgula” à proposta que apresentou a 28 de fevereiro.

Considerando a decisão tomada hoje "ilegal", Mário Nogueira bateu o pé.  "O que tem de ser negociado é o modo e o prazo de recuperar o tempo de serviço”, disse, garantindo: "Essa negociação não aconteceu. O que ministro da Educação hoje disse é mentira, não houve negociação", insistiu. Por outro lado, prosseguiu, "não houve qualquer tipo de intransigência da parte dos sindicatos". 

No entendimento de Mário Nogueira, "pensará o Governo que com uma decisão destas em plena luta dos professores é uma espécie de colar uma pedra em cima do assunto, e não falar mais dele". "Está bem enganado", avisou, deixando claro ainda que com esta decisão, que considera ser "uma declaração de guerra aos professores", a manifestação de amanhã, sexta-feira, "será ainda maior" do que estava previsto. 

"Os professores responderão exatamente na moeda que o Governo tem que levar de resposta", avisou, apelando aos professores que não fiquem em casa. Mário Nogueira considerou, por fim,  "lamentável" que o país "seja governado por um Governo que, não só não investe na educação, como desconsidera e desvaloriza os direitos dos professores". " Iremos à luta!", palavra de Mário Nogueira. 

Recorde-se que os professores exigem a recuperação de nove anos, quatro meses e dois dias de serviço, tendo o decreto de lei aprovado hoje definido um tempo de recuperação bem menor: menos de três anos. Razão pela qual, a Fenprof deverá  anunciar outras formas de luta a breve trecho. 

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