Marcelo pede para se evitar aumento "irreversível" de eucaliptos

O Presidente da República deu hoje o exemplo, que espera venha a ser seguido, de arrancar eucaliptos que nasceram após os incêndios de outubro e substituí-los por espécies autóctones, de forma a minimizar o risco de novas tragédias.

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Lusa
16/10/2018 13:07 ‧ 16/10/2018 por Lusa

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Presidente República

 

Durante uma ação de limpeza de infestantes e de plantação de espécies autóctones na Mata da Nossa Senhora do Castelo, em Vouzela, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se preocupado com a quantidade de eucaliptos.

"Estamos nesta ação de hoje precisamente porque estamos preocupados. A natureza fez irromper outra vez eucaliptos por toda a parte, quer aqui, quer na área atingida em junho", afirmou aos jornalistas.

Por isso, disse esperar que haja "uma movimentação das comunidades", em colaboração com as autarquias, com o Estado e com as várias instituições "para corrigir essa tendência", até porque, "a partir de certa altura, ela é irreversível". 

Apesar de estarem de fato, Marcelo Rebelo de Sousa, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e o presidente da Câmara de Vouzela, Rui Ladeira, calçaram as luvas e começaram a arrancar eucaliptos.

"Ministro, experimente ver se arranca melhor à direita ou à esquerda", disse Marcelo Rebelo de Sousa a Pedro Marques, tendo obtido a resposta "dá-me sempre mais jeito à esquerda".

Sempre divertido, o Presidente da República foi subindo o monte e arrancando energicamente os eucaliptos, até que admitiu: "a minha direita está mais forte do que a minha esquerda".

Rui Ladeira, que é engenheiro florestal, considerou que ações como a de hoje de manhã são fundamentais.

"Estarmos aqui a arrancar os eucaliptos e, por sua vez, substituir e colocar espécies autóctones, como carvalho, sobreiro e castanheiro, é um sinal daquele que deve ser o caminho que devemos calcorrear para o futuro", defendeu.

Isto porque, segundo o autarca, caso contrário haverá "eucaliptos à solta, aumenta o risco de incêndio e, dentro de seis a dez anos", acontecerá "uma calamidade igual ou superior" à de outubro de 2017.

Na sua opinião, este trabalho tem que ser feito até ao final do inverno, "porque a partir desse momento vai ser muito difícil conseguir domar tudo aquilo que é a força dos milhares e milhões de eucaliptos" que surgiram nas regiões afetadas pelas chamas.

"Isto é, na prática, estar a fazer reordenamento florestal. É substituir uma realidade que irrompe por si, ordenando-a, corrigindo-a, fazendo-a regressar àquilo que era a florestação autóctone", concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

Rui Ladeira disse também ser fundamental ter pastoreio à volta das aldeias, com produção de leite, de queijo e de carne, porque essa fileira "diminui o risco de incêndio, mantém o original e também a sabedoria das comunidades".

"Se não for viável economicamente, temos que encontrar forma de compensar estas comunidades, porque prestam serviço público determinante para o nosso futuro", acrescentou.

 

 

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