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Passe social não chega para que cidadãos escolham os transportes públicos

O coordenador da área dos transportes da Área Metropolitana do Porto (AMP), Marco Martins, disse hoje que a criação do passe único não chega para que os cidadãos usem o transporte público em detrimento do transporte privado.

Passe social não chega para que cidadãos escolham os transportes públicos
Notícias ao Minuto

17:56 - 27/11/18 por Lusa

País AMP

"No próximo ano, o Orçamento do Estado já prevê um grande avanço nesta matéria que tem a ver com o passe único, mas não chega. Não basta colocar o passe mais barato e mais acessível, é necessário que haja mais transporte público com mais frequência e com mais oferta", defendeu aquele responsável na cerimónia de apresentação dos resultados do Inquérito à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa.

Para Marco Martins, é necessário, entre outras medidas, avançar "rapidamente" com a criação de corredores dedicados ao transporte público de passageiros bem como aumentar a rede de metro e de ferrovia "para que a população tenha alternativas céleres, rápidas e cómodas".

Para tal, é fundamental que "haja dinheiro", sublinhou, para que, por exemplo, no próximo Plano Nacional de Investimentos (PNI 2030) esteja prevista "uma grande e séria expansão da rede de metro", entre outros investimentos.

"Já se está hoje a trabalhar, a sério, numa extensão em Gaia, já se está a trabalhar a sério numa pequena linha entre São Bento e a Boavista, mas não chega. É necessário fazer uma nova circular no Porto, é necessário levar o metro a Gondomar, é necessário levar o metro a Matosinhos por outro lado e também a Gaia", afirmou.

O coordenador da área dos transportes e da mobilidade da Área Metropolitana do Porto considerou ainda que "é preciso coragem para avançar, não só, com a promoção do transporte público de passageiros, mas também com a limitação do uso do transporte individual" lembrando que "este estudo vem hoje suprir uma lacuna que existia há quase duas décadas".

"Desde 2000 que não atualizávamos com tanto rigor e com tanto detalhe este instrumento de trabalho e é assim que tem que ser visto: um instrumento de trabalho que nos permita científica e tecnicamente estudar aquilo que são as necessidades nas duas áreas metropolitanas", referiu.

De acordo com o inquérito realizado pelo INE em 2017 e divulgado hoje no Porto, os residentes na AMP gastaram, em média, 66,8 minutos por dia em deslocações, valor que aumenta para 69,5 minutos relativamente aos dias úteis e diminui para 59,8 minutos em relação aos dias não úteis.

Os residentes em Gaia foram aqueles que em 2017, na Área Metropolitana do Porto, mais tempo despenderam em deslocações diárias, tendo despendido, em média, 82,2 minutos em deslocações nos dias úteis e 67,4 minutos nos dias não úteis.

Em contraponto ao município de Gaia, os residentes em São João da Madeira foram os que passaram, em média, menos tempo em deslocações nos dias úteis da semana (46,1 minutos por dia), e os residentes no município de Espinho foram os que despenderam, em média, menos tempo em deslocações nos dias não úteis (37,6 minutos).

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