Custo dos passes é uma das razões que justificam escolha do automóvel
A Área Metropolitana de Lisboa (AML) considera que o custo mensal dos passes é uma das razões que justifica a preferência do transporte de uso individual em detrimento dos transportes públicos.
© Global Imagens
País AML
"Na área metropolitana de Lisboa, há passes de valor de 160 euros mensais, isso é incomportável para uma família, por exemplo, de duas pessoas que utilizem passes", defendeu hoje o primeiro secretário da AML, Carlos Humberto Carvalho, em declarações à margem da apresentação dos resultados do Inquérito à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas do Porto e de Lisboa, divulgados hoje no Porto.
Segundo aquele responsável, a área metropolitana de Lisboa precisa de ter um sistema de bilhética que "atraía as pessoas" e, para isso, é fundamental a redução para valores "significativamente inferiores àqueles que são hoje pagos", mas também a simplificação do sistema.
"Em Lisboa temos milhares de títulos de transporte, passando a expressão, ninguém se entende naquele sistema", acrescentou.
Segundo Carlos Humberto Carvalho, a este fator acrescem outros como a não fiabilidade dos transportes públicos, a sua degradação, o não cumprimento do horário, a falta de comodidade ou ainda a ausência de ligação entre os diferentes transportes, o que leva os cidadãos a continuar a escolher o transporte individual.
Durante a sua intervenção na cerimónia de apresentação do inquérito, o representante da AML sublinhou ainda que o problema da mobilidade não se resolve apenas com medidas pontuais, ainda que estas sejam indispensáveis para se chegar ao objetivo final.
Para aquele responsável, é necessária uma visão integrada que contemple, não só investimento, como um desenho da rede na sua globalidade, desde os transportes rodoviários, à ferrovia, ao metro, aos transportes fluviais e até os "modos suaves" como a bicicleta.
Por isso, considerou que esse é o grande desafio das áreas metropolitanas, que continuam a assistir a "uma redução do transporte coletivo em benefício do transporte individual".
Carlos Humberto Carvalho sublinhou ainda que a reflexão trazida por este inquérito "pode levar a uma alteração muito significativa, uma rutura até, na forma como vemos os transportes e a mobilidade".
De acordo com os resultados definitivos do inquérito, realizado pelo INE em 2017, na área metropolitana de Lisboa, o número de deslocações por dia ascendeu a 5,4 milhões, 65,4% das quais dentro dos limites da própria área metropolitana.
Na área metropolitana do Porto foram realizadas cerca de 3,4 milhões de deslocações por dia que, na sua maioria (71,0%), tiveram origem e destino na área metropolitana.
Quanto ao número médio de deslocações/dia por pessoa móvel situou-se em 2,72 na área metropolitana do Porto e 2,60 na área metropolitana de Lisboa, sendo o automóvel o principal meio de transporte nas áreas metropolitanas.
Segundo os dados recolhidos pelo INE e considerando todos os dias da semana em geral, o automóvel foi utilizado em 67,6% das deslocações na área metropolitana do Porto e 58,9% na área metropolitana de Lisboa, sendo a taxa de ocupação do automóvel de 1,56 pessoas na área metropolitana do Porto e de 1,60 na área metropolitana de Lisboa.
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