Sampaio desafia criação de mil bolsas de estudo inspiradas em Mandela
O ex-Presidente da República Jorge Sampaio desafiou hoje a comunidade académica a criar mil bolsas de estudo universitárias em sociedades afetadas por conflitos, através do Mecanismo Rápido de Resposta da Plataforma Global para Estudantes Sírios.
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"A nossa abordagem é gradual e o nosso objetivo imediato é modesto, mas exige uma ação conjunta audaciosa: em 2019, queremos poder oferecer mil bolsas de estudo para estudantes de sociedades afetadas por conflitos, a fim de permitir que completem um ciclo até três anos no ensino superior", afirmou Jorge Sampaio, na Conferência 'Moving the Mandela Legacy Forward', na Universidade Nova de Lisboa.
O Presidente da República Portuguesa de 1996 a 2006 afirmou que, para concretizar o objetivo, é "necessário que todos se juntem" e contribuam para o Mecanismo Rápido de Resposta, "inspirado em Mandela".
"Nelson Mandela acreditava fortemente na educação e numa vida de aprendizagem. Tinha a forte convicção de que a educação é a arma mais poderosa que pode ser usada para mudar o mundo. Queremos dar oportunidades no ensino superior a jovens que enfrentam crises humanitárias ou vivem em sociedades afetadas por conflitos", disse.
Jorge Sampaio, que recebeu o primeiro prémio Nelson Rohilila Mandela, instituído pelas Nações Unidas a partir de 2015, recordou que existem atualmente "35 conflitos em todo o mundo" e notou que "89,2 milhões de jovens entre os 18 e 24 anos vivem nesses países".
Inspirado "nos valores e na visão para o futuro" de Nelson Mandela, Presidente da África do Sul de 1994 a 1999, Jorge Sampaio instou a comunidade académica à criação de um fundo de solidariedade.
Jorge Sampaio afirmou que "se cada um de todos os estudantes do mundo der um euro por ano", poder-se-á "atingir 230 milhões de euros por ano" e fazer "a verdadeira diferença na vida de muitos jovens".
O ex-chefe de Estado afirmou ser movido pela "forte convicção de que o único caminho para abraçar o legado de Mandela e mantê-lo vivo é mostrar que se pode construir um mundo formado pela paz, justiça e oportunidade".
No encerramento da conferência sobre Nelson Mandela, Prémio Nobel da Paz em 1993, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, enfatizou "a determinação de um homem que quebrou barreiras - do medo, da violência, do ódio - que desceu aos infernos e subiu ao cume da montanha".
A governante sublinhou "a coragem da intransigente determinação" de Mandela e realçou "o advogado na sua dimensão integral de lutador pela causa da justiça, da liberdade, da não discriminação e da paz, cujo exemplo de vida inspirou e continuará a inspirar gerações de mulheres e homens em África e em todo o mundo".
"Na sua dimensão de homem de leis, Mandela assumiu o direito como arma essencial para combater a injustiça", reforçou.
Francisca Van Dunem afirmou a necessidade de "quebrar o silêncio" e de ação no quotidiano "para a disrupção do ódio, para a eliminação da violência e da discriminação", porque "onde estiver a injustiça, a falta de solidariedade, a discriminação, a iniquidade, está Mandela".
Salientando que Mandela "foi um exemplo ímpar daquilo que o mundo hoje mais precisa: de entendimento, de capacidade de diálogo, de criação de pontes", a ministra frisou que "o Governo de Portugal reafirma o seu compromisso com o escrupuloso respeito pelos direitos humanos e com a paz".
"A paz não é só a ausência de guerra. É realização integral dos programas das várias gerações de direitos humanos e é justiça, nas suas várias dimensões", concluiu, na intervenção na conferência, no âmbito das comemorações do centenário do nascimento de Nelson Mandela.
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