Sindicato dos Registos pede a trabalhadores para cumprirem horário
O Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e do Notariado (STRN) apelou hoje aos seus associados para que estes "cumpram rigorosamente e apenas o seu horário de trabalho", por forma "a desmascarar a dramática falta de trabalhadores" do setor.
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País STRN
O apelo consta de um comunicado enviado pelo STRN aos seus associados, em que refere que o Governo "não dá solução" ao problema de falta de trabalhadores do setor, prejudicando assim gravemente os cidadãos que recorrem a estes serviços.
o STRN salienta que o setor dos Registos e Notariado - a "principal fonte de receita do Ministério da Justiça" - está a trabalhar com um défice de mais de 1.500 trabalhadores, ou seja, uma carência superior a 30% relativamente aos cerca de 5.000 trabalhadores do setor, o que, em termos práticos, significa estado de falência técnica.
"Apesar de arrecadar muita receita, não se percebe o desinvestimento no setor pelo Governo. A falta de equipamentos adequados e de instalações condignas, aliadas à gritante falta de recursos humanos levou a que os "supre-trabalhadores" dos Registos se encontrem num estado de total de exaustão física e psicológica, pois andam a ser totalmente `esmifrados´ desde há muitos anos, o que tem feito aumentar significativamente o número de baixas", critica o STRN, cuja greve de três dias que marcou para a semana do Natal teve uma adesão superior a 90%.
"Este Governo vai já no quarto ano sem nada ter feito para resolver os problemas do setor", acrescentou.
O STRN refere que o Instituto de Registos e do Notariado (IRN) não paga quaisquer horas extraordinárias, "acomodando-se assim ao esforço e ao brio profissional" dos trabalhadores, que já estão em "total exaustão".
O sindicato considera que a falta de trabalhadores causou já um enorme impacto negativo na prestação de serviço, e que o IRN, deixará a breve trecho de conseguir cumprir a sua missão.
A título de exemplo, revela existirem mais de 100.000 pedidos de nacionalidade pendentes e para os quais não há capacidade de resposta, prevendo-se um agravamento desta pendência devido às alterações legislativas introduzidas pelo Governo.
Alerta também que a extensão a todo o território nacional do BUPi (Balcão Único do Prédio), trabalho para o qual as Conservatórias não vão conseguir dar resposta, "atenta a gritante falta de recursos humanos e de equipamentos capazes".
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