Com o recenseamento automático, o número de portugueses a residir no estrangeiro, que vai poder votar já nas próximas eleições europeias, passa de 318 mil cidadãos portugueses para mais de 1 milhão e 450 mil, segundo dados do governo.
Em 2015, votaram no escrutínio de outubro cerca de 28 mil e 300 portugueses a viver fora do país, dos quais 2.285 na Alemanha.
"Na noite das eleições, a minha expectativa é de que haja um maior número de votantes do que nas últimas eleições, quer nas últimas europeias, quer nas últimas legislativas, quer nas últimas presidenciais (...) São duas as formas de olhar para a realidade: ou olharmos para os números da abstenção, ou da participação. Eu vou pôr os meus olhos nos números dos que foram votar e que antes não tinham condições para isso", revelou à Lusa o secretário de Estado.
Além do aumento do número de recenseados, as mudanças na lei eleitoral preveem que cidadãos com dupla nacionalidade possam ser candidatos à Assembleia da República, por exemplo.
"Significa dar mais direitos políticos aos cidadãos portugueses que estão no estrangeiro e garantir outra vinculação entre portugueses no estrangeiro e Portugal", sublinhou José Luís Carneiro.
O governante participou em duas sessões da iniciativa "Diálogos com as Comunidades", em Estugarda e em Dusseldorf com o objetivo de "garantir a mobilização dos portugueses para os atos eleitorais", frisando que os cidadãos a residir no estrangeiro, "passam a ter outra força política e uma outra capacidade para reivindicar junto do seu país respostas para os problemas que os inquietam".
A iniciativa "Diálogos com as Comunidades", começou em Bruxelas, na Bélgica, em 2016. Depois de passar por países como França e Luxemburgo, o secretário de Estado das Comunidades visitou em dezembro do ano passado as cidades de Berlim e Frankfurt. Hoje e sábado esteve em Estugarda e Dusseldorf.
"Tinha ido a uma parte da Alemanha, mas a minha agenda não me permitiu visitar Dusseldorf. Comprometi-me, na altura, a realizar aqui uma sessão dos 'Diálogos com a Comunidade", porque nesta jurisdição é onde se encontra talvez o maior número de portugueses na Alemanha. Vim para cumprir um compromisso que tinha assumido", assinalou José Luís Carneiro, em declarações à Lusa no final da visita de dois dias ao país.