Associação nacional atribui saída de médicos a "ausência" de aposta
A Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar (USF) atribuiu hoje a saída de médicos de Portugal para o estrangeiro à "ausência da aposta do Governo nas USF e à morosidade dos concursos no Serviço Nacional de Saúde".
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País USF
Em comunicado, aquela associação adiantou ter "alertado os Ministérios da Saúde e das Finanças sobre a importância de abertura de novas USF e evolução das já existentes para modelo B [com mais competências do que a USF modelo A]".
"Com o despacho nº1174-B/2019, que define o número de USF a criar e as que evoluem de modelo organizativo durante o ano de 2019, continuamos com quotas limitadas e inexplicáveis", justificou o presidente da direção da Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar, citado na nota.
Segundo o responsável, "nas USF, para além de se prestarem cuidados de saúde personalizados, garantindo a acessibilidade, a continuidade dos médicos, confirmam-se consideráveis ganhos em saúde e reduções consideráveis de custos associados, conforme nos mostra o estudo da Coordenação Nacional para a Reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na área dos Cuidados de Saúde Primários (CSP)".
"Para além disso, é conhecida a elevada satisfação dos profissionais de saúde e dos utentes que laboram e utilizam as USF", destacou.
A associação adiantou que as "USF cativam e desafiam os novos especialistas de Medicina Geral e Familiar (MGF), enfermeiros e secretários clínicos a integrar e a manterem-se motivados no SNS"
"A limitação na abertura e evolução das USF reflete-se no retrocesso da reforma dos CSP, afetando também a fixação de especialistas de MGF no país", reforçou.
Para João Rodrigues a saída de médicos para o estrangeiro "poderá resultar na impossibilidade de atribuir um médico de família a todos os cidadãos, já para não falar da permanente fuga de enfermeiros e da enorme carência de secretários clínicos, por ausência de concursos no SNS".
"Ao analisarmos os dados disponíveis no Portal da Saúde, verificamos que o número da previsão de conclusão do internato da especialidade de medicina geral e familiar é sempre superior ao número previsto de aposentações no mesmo ano. Dos mesmos dados, apenas em 2021 se verifica que esta renovação poderá ser equilibrada. Temos, pois, os recursos necessários, desde que saibamos criar condições para os fixar em Portugal".
Hoje, o Jornal de Notícias referiu que o Governo galego está a tentar contratar médicos de família e pediatras portugueses, oferendo uma duplicação do salário. Também na bolsa de emprego da Ordem dos Médicos há anúncios a procurar médicos para países como a Irlanda, a Inglaterra ou a França.
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