Costa afirma que a missão do Instituto Camões é cada vez mais exigente
O primeiro-ministro considerou hoje que a missão do Instituto Camões no mundo é cada vez mais exigente, sobretudo como resultado direto da expansão demográfica registada em África e na América entre os falantes de língua portuguesa.
© Reuters
País Lusofonia
António Costa falava na sessão de encerramento do 90º aniversário do Instituto Camões, após uma intervenção do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, tendo a escutá-lo o escritor e antigo candidato presidencial Manuel Alegre, entre outras personalidades.
"A viagem iniciada há 90 anos pelo [Instituto] Camões é uma viagem que iremos prosseguir cada vez com maior exigência, porque, felizmente, o futuro da língua está bem assegurado pelo crescimento demográfico daqueles que nascem e crescem a aprender e a ensinar a falar português", declarou o líder do executivo.
Na sua intervenção, o líder do executivo sustentou a tese de que só com crescente internacionalização da cultura e da língua poderá haver bons resultados no campo da internacionalização da economia.
"A nossa língua será seguramente um veículo da internacionalização da nossa cultura, da ciência e da economia. O valor acrescentado de cada produto produzido em Portugal ou de cada serviço prestado por uma empresa portuguesa será tanto maior quanto o valor da perceção da nossa cultura", sustentou.
António Costa deu depois como exemplos a perceção global de qualidade (com consequências em termos de valor acrescentado) existente em relação aos sapatos italianos ou às máquinas alemãs.
Ou seja, de acordo com o primeiro-ministro, "quanto maior for a perceção do valor da cultura e da ciência mais valor terão os bens e os serviços prestados a partir de Portugal".
Neste ponto, deixou depois uma crítica às visões estritamente economicistas no que respeita às condições de competitividade global.
"Não julguemos que há dois caminhos distintos e que é possível haver uma diplomacia económica com valor se não houver uma língua e uma diplomacia cultural. Por isso, este trabalho do [Instituto] Camões é essencial. Quando estivermos na Feira Internacional do Livro de Lima [no Peru] estaremos a acrescentar valor a tudo o que fazemos", acrescentou.
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