A ministra da Saúde manifestou confiança no resultado das negociações com os enfermeiros apesar de ter sido anunciada mais uma greve pelo Sindepor. Em declarações aos jornalistas, à margem da inauguração de uma unidade de cuidados continuados, em Vinhais - e no dia em que milhares de enfermeiros são esperados numa marcha branca -, Marta Temido disse acreditar na “total seriedade” dos envolvidos no processo de negociação, garantindo não ter “qualquer processo de intenções” relativamente a “anúncios de formas de protesto ou outro tipo de situações”.
“Acho que temos de avançar relativamente a este tema como sempre temos avançado, com seriedade, fazendo o nosso caminho da parte do Governo, mas não nos podemos esquecer de que do outro lado também é esperado que se faça caminho”, avisou a responsável pela pasta da Saúde.
Marta Temido salientou ainda que “uma negociação é um caminho” e que “cada parte tem de fazer metade”.
“É como se fosse uma folha de papel e rasgássemos ao meio, uma parte escreve aquilo que pode pôr em cima da mesa”, e a outra parte, igual, explicou, relembrando que o Governo já avançou nesta negociação com os enfermeiros, nomeadamente com a criação da categoria do enfermeiro especialista com uma remuneração diferenciada da da categoria de enfermeiro.
Em todo o caso, a ministra mostrou abertura para continuar com a negociação. “Neste momento, continuamos disponíveis para ouvir, conversar, procurar as soluções”, disse, não deixando de avisar que a margem, do lado do Governo, é cada vez menor. “A margem que temos para avançar mais é cada vez mais curta”, afirmou, rematando, por fim: “Estou convicta de que vamos encontrar a melhor solução”.