Há um conjunto de monumentos, que fazem parte do património histórico e cultural português, cuja gestão o Governo quer que fique a cargo das autarquias.
Porém, denunciaram alguns municípios, esta passagem de responsabilidades não inclui a transferência das respetivas verbas necessárias à gestão dos monumentos em causa.
Para Miguel Sousa Tavares o que “está em causa é a preservação de património histórico que é a essência de uma política cultural de um governo central”, razão pela qual esta proposta da secretaria de Estado das Autarquias Locais desagrada o comentador da TVI.
“Faz-me confusão que o Governo central queira sacudir os castelos para cima das autarquias”, afirmou o escritor à TVI a partir de Macau, acrescentando que “se o Governo central não é capaz de preservar os castelos e quer passá-los para as câmaras é porque alguma coisa está errada”.
“Mas se o quer fazer que o faça com as verbas correspondentes, porque descentralizar sem a transmissão de verbas, isto é, só transmitindo as responsabilidades, é uma falsa descentralização”, apontou.
E nesta senda, Sousa Tavares lamentou que “ninguém quer ficar com os castelos à sua guarda: uns porque não querem gastar dinheiro, outros porque não querem ter o trabalho de tomar conta deles”.
“Isto é absolutamente lastimável”, rematou.