"Não consigo ver nenhuma má razão" na redução dos preços dos passes
No dia em que entrou em vigor os novos preços dos passes sociais para os transportes de Lisboa e Porto, Miguel Sousa Tavares disse que é "absurdo" falar em eleitoralismo perante esta medida e garante que os portugueses não dão "assim tanta importância" às Europeias.
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Política Sousa Tavares
Esta segunda-feira, dia 1 de abril, entrou em vigor os novos preços dos passes sociais que permitem viajar por todos os concelhos das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto por um preço máximo de 40 euros. A medida, tomada pelo Executivo de António Costa, tem dado que falar. Estima-se que a redução permita às famílias destas regiões poupar, em alguns casos, cerca de 100 euros mensais, contudo, muitos são os que apontam o dedo ao primeiro-ministro e o acusam de eleitoralismo.
Acusações estas que, segundo o escritor Miguel Sousa Tavares, são “absurdas” e sem fundamento.
“Não consigo ver nenhuma má razão nesta medida […]. A única única coisa que se pode discutir é porque é que não foi tomada antes. Agora, dizer que é eleitoralismo é absurdo. Para já, estamos ainda a sete meses das legislativas e quanto às europeias não creio que os portugueses deem assim tanta importância para se preocuparem com medidas eleitoralistas ou não”, desvalorizou o comentador no seu espaço semanal no jornal da noite da TVI.
Para Miguel Sousa Tavares é ainda “absurdo” que se acuse o Governo de eleitoralismo ao lançar uma medida que vai ajudar milhares de portugueses porque, ao recriminar esta posição, fica definido que nenhum Executivo pode tomar “medidas boas para as pessoas em ano de eleições, ou seja, estaria condenado a tomar medidas más ou neutras” durante esses 12 meses.
Quando à questão da “coesão territorial”, colocada em cima da mesa por muitos políticos que defendem que esta despesa não devia fazer parte do Orçamento de Estado de todos os portugueses, Miguel Sousa Tavares sublinha que “não podemos pegar nos 3 milhões de pessoas da área metropolitana de Lisboa e nos 2 milhões da área metropolitana do Porto e transportá-los para o Alentejo ou para Trás-os-Montes, "é aqui que elas estão, portanto, é aqui que o Governo tem de resolver os problemas” e recorda que, se assim fosse, “não se devia ter feito o Alqueva porque as populações de Lisboa não têm nada a ver com o Alqueva, ou com o Túnel do Marão, porque as pessoas do Grande Porto não têm nada a ver com isso.”
Já quanto à quantidade e qualidade dos transportes que existem em Lisboa e no Porto, o antigo jornalista admite que estes podem não ser suficientes para a crescente adesão dos portugueses aos novos passes sociais. No entanto, Sousa Tavares tem esperança que esse seja o próximo passo do investimento nos transportes públicos.
"Nós não temos [uma rede de transportes boa o suficiente], mas a procura potencia a oferta. Quanto mais procura, mais oferta e ela vai aparecer indiscutivelmente. Até agora não fazia muito sentido investir em mais e melhores transportes públicos porque as pessoas não os usavam. A partir do momento em que começam a procurá-los, graças à baixa extraordinária do passe social, obviamente que vão ter de investir em mais e melhores transportes públicos”, concluiu.
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