Filha de Dias Loureiro suspeita de branqueamento de capitais em Espanha

Catarina Dias Loureiro foi detida na segunda-feira, na sequência de uma investigação que envolve o marido e o sogro Raúl Morodo, antigo embaixador de Espanha em Caracas.

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Natacha Nunes Costa com Ana Lemos
23/05/2019 21:06 ‧ 23/05/2019 por Natacha Nunes Costa com Ana Lemos

País

Dias Loureiro

A filha mais velha do antigo ministro Dias Loureiro, Catarina Dias Loureiro, foi detida na última segunda-feira, em Madrid, por suspeitas de branqueamento de capitais, delitos fiscais e falsificação de documentos, avança o El País.

Em causa está uma investigação que envolve o marido, o sogro Raúl Morodo, ex-político e antigo embaixador de Espanha em Caracas (2004-2007), uma empresa venezuelana e uma fraude de 4,5 milhões de euros.

O juiz titular da instrução anunciou esta quarta-feira as medidas de coação aplicadas aos seis suspeitos. Todos ficaram em liberdade, mas Raúl Morodo, o filho Alejo Morodo, bem como o sócio venezuelano Carlos Prada, estão proibidos de sair de Espanha e obrigados a apresentações periódicas uma vez por semana.

Já Catarina Dias Loureiro, esposa de Alejo, e a mulher de Carlos Prada, devem apresentar-se às autoridades de 15 em 15 dias, indica o jornal El País citando fontes judiciais. Em comunicado enviado, ao início da noite desta quinta-feira à TVI24, a filha de Dias Loureiro garante que não só não foi chamada a "prestar declarações em qualquer investigação policial", como não foi detida em momento algum.

Sob o pai e filho Morodo, o sócio e as mulheres de ambos, entre elas Catarina Dias Loureiro, pendem os crimes de branqueamento de capitais e corrupção entre particulares em transacções comerciais internacionais. Em causa, conta o jornal espanhol, está a suspeita de que o advogado Alejo Morodo, marido de Catarina Dias Loureiro, assinou contratos no montante de 4,5 milhões com a empresa Petróleos de Venezuela (PDVSA).

Segundo a investigação, esses contratos envolviam uma suposta assessoria que nunca terá existido. E o dinheiro - os 4,5 milhões de euros - terá chegado às mãos de Alejo depois de passar por vários países latino-americanos, acreditam os investigadores. E, terá sido nesta alegada teia de branqueamento que participou Catarina Dias Loureiro, assim como o sócio venezuelano e a sua mulher.

De referir que, na passada segunda-feira, aquando da ordem de detenção dos suspeitos, Raúl Morodo não foi detido devido à sua idade avançada. O antigo embaixador tem 84 anos e, recorde-se, chegou a ser condecorado pelo Presidente Jorge Sampaio com a Grã Cruz da Ordem de Cristo.

[Notícia atualizada às 22h01]

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