Bombeiros de Lourosa voltam à missão sem "caça às bruxas" nem "tricas"
O advogado Manuel Oliveira Almeida tomou posse na terça-feira como presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lourosa, em Santa Maria da Feira, recusando fazer "caça às bruxas" e propondo-se evitar "tricas e intrigas".
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Na cerimónia que marcou o início de funções dos novos órgãos sociais da corporação para o próximo triénio, Manuel Oliveira Almeida declarou: "Não viemos aqui para a caça às bruxas. A nossa responsabilidade maior é para com a população - servir as pessoas, tratar da sua saúde e proteger os seus bens são desígnios fundamentais".
Referindo que uma corporação de bombeiros "vale pelas pessoas que tem e [que] não se pode perder isso de vista", o presidente da associação humanitária afirmou que o passado recente da instituição "não foi só de atropelos e também teve momentos de esplendor", pelo que considera mais útil que bombeiros, dirigentes e sócios se concentrem agora no prioritário.
"Às vezes as pessoas desviam-se para tricas e intrigas, mas, na essência, a função da corporação é esta: socorrer a população e proteger pessoas e bens", realçou.
O dirigente apontou já duas medidas urgentes que quer concretizar: "várias insuficiências" físicas do quartel e remover o "problema grave" que é a presença de fibrocimento na cobertura do edifício.
Valdemar Mota, que agora assume a presidência da Mesa da Assembleia-Geral, adiantou, por sua vez, que os novos empossados "mais não são do que mandatários dos associados" e "executantes da sua vontade", apelando para "clareza de métodos, transparência de meios e controlo de processos".
O presidente da Câmara Municipal da Feira, Emídio Sousa, começou por reconhecer o seu alívio quanto à situação atual da corporação: "Eu estava extremamente preocupado há alguns meses com o que se passava nesta casa e fiquei muito satisfeito com a conclusão deste processo", assumiu.
Notando que a instituição entra agora "numa nova fase", Emídio Sousa realçou "a necessidade de se perceber que tem de haver respeito pelas responsabilidades de cada um" e acrescentou que é preciso observar-se a "disciplina" interna própria da corporação, para se evitar "um clima muito mau" como o que se verificava até eleições na semana passada.
O autarca adiantou que "o facto de ter havido alguma turbulência na instituição nos últimos meses não deixa de obrigar a reconhecer o bom trabalho" da direção cessante - até porque "muitos dos que estiveram nos órgãos anteriores deram o máximo" - e impõe-se agora retomar a normalidade.
"Espero que os bombeiros voltem a ser aquilo que sempre foram: briosos, capazes e a dignificar o nome desta casa, para que a corporação fique rapidamente apaziguada", concluiu.
A tomada de posse dos novos órgãos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lourosa, no distrito de Aveiro, marca o fim da crise interna a que se assistia na corporação desde meados de março, quando 52 operacionais em regime de voluntariado suspenderam a sua atividade declarando que só regressariam ao trabalho após o afastamento dos então dirigentes, acusados pelo corpo ativo de má gestão.
Após uma manifestação pública em que cerca de 150 pessoas expressaram a mesma reivindicação, esses órgãos sociais renunciaram aos cargos em 30 de abril e os 52 bombeiros com atividade suspensa regressaram ao trabalho no dia 17 de maio, quando viram garantido que a gestão provisória da instituição não era confiada aos dirigentes anteriores.
Manuel Oliveira Almeida assumiu nessa data a liderança da comissão de gestão, dias depois apresentou uma candidatura às eleições para o triénio 2019/2021 e, sem concorrência, venceu o escrutínio do passado sábado, com 106 votos favoráveis dos 109 que os sócios depositaram na urna.
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