Numa semana em que o caso da pequena Matilde conheceu avanços significativos, a ministra da Saúde esteve na estação televisiva de Carnaxide onde assegurou que o “Ministério da Saúde está tão preocupado com o caso da Matilde como com os das outras crianças” que padecem da mesma doença e que serão nove.
Sobre o preço do Zolgensma, o medicamento que, como referiu Marta Temido, “ainda não está aprovado no espaço europeu”, mas que pode salvar a vida da pequena Matilde, a ministra defendeu uma maior “transparência na informação dos preços dos medicamentos”.
Já quanto à utilização do fármaco no caso da bebé de dois meses, a ministra referiu que o Estado irá recorrer à “utilização do medicamento para uso excecional”, tal como outros países fazem em casos concretos.
“É o que faremos se se verificar que, do ponto de vista clínico, é a melhor opção terapêutica”, assegurou a governante, sublinhando que “estes processos têm que ter o seu tempo correto do ponto de vista clínico” e, por isso, “não podemos pressionar aquela que é a decisão clínica”.
“A pressão da sociedade é positiva no sentido da atenção que é dada a estes casos, mas tem de se dar espaço de respiração a quem tem de decidir clinicamente”, alertou.
Governo vai contratar médicos, mas ministra não concorda
Um dia depois de ser noticiado que, ao contrário do que planeava, o Ministério da Saúde afinal não vai recorrer ao encerramento rotativo das urgências de obstetrícia da cidade de Lisboa, Marta Temido deixou claro que a decisão de contratar mais médicos não contou com o seu apoio.
“Continuo a estar convencida de que a solução do funcionamento rotativo é tão válida como a solução que foi encontrada”, frisou, explicando que esta foi uma decisão “tomada entre a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em articulação com os conselhos de administração destes hospitais”.
Nesta senda, e questionada sobre se há ou não falta de obstetras, Marta Temido foi perentória: “Não há falta de obstetras. Haverá, eventualmente, menos obstetras no Serviço Nacional de Saúde do que aqueles que o SNS precisaria”, justificando tal situação com o facto de o “SNS formar mais médicos do que aqueles que consegue reter”.